Resenha: O Justiceiro
De melhor aparição como coadjuvante alçado à sua própria série, O Justiceiro ganha série própria e a chance de ter a sua história contada em maiores nuances. Após praticamente tomar a segunda temporada de Demolidor para si, esperava que sua série mantivesse o nível de ação apresentada pelas cenas de Frank Castle, algo que o trailer apresentou muito bem. Mas infelizmente não foi essa a impressão final com que terminei, mesmo sendo ela melhor do que algumas das séries já apresentadas da parceria Marvel/Netflix.
A história segue de onde deixamos o personagem, com ele dando fim nos últimos responsáveis pela trágica morte de sua esposa e filhos. Pelo menos é o que ele acreditava. Ao tentar levar a sua vida, ou o que restava dela, ele acaba sendo abordado por Micro (Ebon Moss-Bachrach) que lhe pede ajuda para lidar com provas que envolvem o seu passado como fuzileiro. Ao mesmo tempo, esses mesmos fantasmas do passado também seriam responsáveis diretos pela morte da sua família.
Jon Bernthal traz uma vez mais a ótima performance que ele demonstrou em Demolidor, mostrando como ele foi a escolha perfeita para o personagem. E a série tem um elenco de apoio muito bom. Eu só acho que a história estava muito aquém. Pra alguém que terminou a série em que fez a sua estreia bastante resignado, a série dá um passo atrás e volta ao trauma da família morta. Pra ser bem sincero eu achei que esse arco já tinha sido totalmente resolvido, queria vê-lo em ação contra uma nova dificuldade. Até mesmo as ótimas cenas de ação aqui não se repetem, e quando acontecem, são breves e não tem o mesmo impacto. E pra uma série que não tem laços nenhum com suas anteriores, sua relação com Karen Page (Deborah Ann Woll) é igualmente cansativa.
A série ainda abre espaço para abordar temas que são muito interessantes, todo o fundo de trauma do pós guerra, segurança nacional e patriotismo. Faz parecer uma versão de Guerra ao Terror da Marvel. O problema é que tais temas não falam muito com um público geral, então fica difícil de ter uma identificação com o personagem e com seus dramas.
No geral não achei uma série ruim, contradizendo os pontos que falei acima, mas é que esperava algo mais voltado pra ação. Acho que no geral a Marvel, assim como no cinema, também encontrou uma formulinha para as suas séries e a usa à exaustão. Coisa que lamento, pois perde a chance de dar uma cara própria a cada uma de suas séries.