Crítica: Percy Jackson e o Mar de Monstros
Taí mais um dos vários livros que surgiram na esteira do sucesso de J.K. Rowling. Não posso culpá-los, todo mundo queria uma fatia do bolo. Mas diferente dos outros, Perseu “Percy” Jackson toca em um ponto fraco meu: tem como pano de fundo a mitologia grega (meu fraco deve ter algo a ver com a minha infância com Cavaleiros do Zodíaco…mas desculpem, estou divagando). E, apesar de não levar os contos ao pé-da-letra, o escritor Rick Riordan consegue transportar o mundo mitológico para os dias atuais e moldá-lo com o nosso de forma interessante e divertida, e nos apresentar um herói que cumpre o seu papel de entreter.
E não podia ficar mais empolgado quando foi anunciada a produção de O Mar de Monstros. E ele não me deixou na mão !
Bem, foi-se um ano desde que Percy (Logan Lerman) salvou o Olimpo e derrotou o ladrão de raios, mas nosso herói não tem tido moleza em seu treinamento. Mesmo contando com o apoio de seus amigos Grover (Brandon T. Jackson) e Annabeth (Alexandra Daddario), o treinamento, com a clara rivalidade da filha de Ares, Clarisse (Leven Ranbim) e a ausência de seu pai, Poseidon, não tem sido nada fácil. E como nada na vida de um herói é fácil, a árvore que cria a barreira que protege o acampamento Meio-Sangue está morrendo, colocando todos em perigo. Para curá-la, os heróis partem em busca do único item capaz de fazê-lo, o Velocino de Ouro. E como nada na vida de um herói é fácil, Luke (Jake Abel) está de volta e atrás do mesmo Velocino.
Logo de cara, uma coisa que eu gostei é a “possível” vontade da Fox de levar todos os filmes da franquia para o cinema (usei aspas por que tal fato, infelizmente, depende do sucesso do filme). Nessa segunda aventura vários itens foram colocados que criam a história que dita todos os livros, e já temos isso de cara na cena inicial e na entrada da Profecia à série. Profecia aliás que foi adaptada ao cinema, e era algo que me preocupava muito, devido a idade dos personagens, mas eles deram uma solução pra isso.
O clima de aventura do primeiro filme se manteve aqui, o que também torna O Mar de Monstros bem divertido, e nada mais (o que, hoje em dia, eu já considero um grande feito). A adaptação é bastante fiel a do livro e o diretor Thor Freudenthal consegue narrar a aventura sem deixar pontas soltas, embora sim, seja melhor você ter assistido o primeiro filme, mas apenas para uma compreensão total do que rola na trama principal.
O elenco principal manda bem como no filme anterior, e os novos personagens, como Tyson (Douglas Booth), Hermes (Nathan Fillion) e Dionísio (Stanley Tucci) cumprem bem os seus papeís. Mas aí cito um problema dessas produções à longo prazo: nomes grandes no elenco. Já não tivemos a volta de Pierce Brosnan como Quíron, sendo substituído por Anthony Head (o Giles de Buffy: A Caça Vampiros). Se vamos ter uma série, o legal pra continuidade dos filmes é manter os atores, coisa que acho dificil com nomes grandes assim no elenco. Senti que alguns personagens foram suprimidos aqui talvez por esse fato.
O 3D não faz tanto efeito, nem vale muito a pena pagar a mais (mas boa sorte pra você que tentar achar algum lugar que esteja passando o filme em 2D). E uma coisa que me incomodou muito foi a sequência final. Não pela cena em si, mais pelas coisas que ocorrem nela. Não vou falar muito pra não dar Spoiler, mas se a idéia é levar todos os filmes pras telonas, fica difícil ver em cada filme uma solução “definitiva”, dando a entender que “se o filme fizer sucesso, deixamos uma ponta solta. Senão, ficamos por aqui”. Dá a entender o tipo de coisa que a Disney fez com As Crônicas de Nárnia.
Bem, O Mar de Monstros abriu o caminho para as continuações, e quero muito ver A Maldição do Titã, A Batalha do Labirinto e O Último Olimpiano nos cinemas e vale muito a pena conferir. Pode não ter um charme britânico, mas é tão divertida quanto.
Percy Jackson: Sea of Monsters, EUA, 2013 – 106 min.
Elenco: Logan Lerman, Alexandra Daddario, Brandon T. Jackson, Douglas Booth, Leven Ranbim, Jake Abel, Anthony Head, Nathan Fillion, Stanley Tucci.
Direção: Thor Fredenthal.