Crítica: Crô – O Filme
Marcelo Serrado está de volta ao personagem que lhe deu tanta fama na novela Fina Estampa, de 2011. E é o terceiro personagem que sai de uma novela para ganhar as telas do cinema, o segundo este ano, em que tivemos Giovanni Improtta, com José Wilker. Mas será que Crô se saiu melhor do que os seus antecessores ?
O filme não fala (ou eu não me liguei) quanto tempo se passa desde que Crô ganhou a herança no final da novela e se tornou milionário, mas mostra o personagem tentando de todas as formas ser feliz usando aquele dinheiro para trabalhar, bancando uma carreira de cantor ou estilista. Mas, ao ser atormentado por lembranças de sua mãe (Ivete Sangalo), Crô percebe que sua missão na vida é apenas uma, servir a uma patroa. Então começa uma seleção para encontrar a perfeita patroa, para que Crô possa enfim voltar a ser feliz.
O filme tem uma história simples, mas também não poderia ser de outra forma, e se concentra mais nos trejeitos e piadas que tornaram o personagem tão marcante. E nesse ponto Marcelo Serrado e o roteiro de Aguinaldo Silva não deixam a peteca cair, Crô tem umas tiradas bem engraçadas. E os personagens de apoio, a empregada Marilda (Kátia Moraes) e o motorista Baltazar (Alexandre Nero). O problema principal do filme está no núcleo e na história dos vilões. Carolina Ferraz até que tenta, mas não convence como a socialite Vanusa, e Milhem Cortaz como seu marido boliviano está extremamente caricato.
Acho que o principal trunfo de Crô é ele não tentar ser mais do que é, um simples filme que pode não ser excelente, mas pelo menos diverte em boa parte dos seus momentos (principalmente com as suas participações especiais) e não tenta reinventar a roda, e só por isso já ganha pontos comigo. Se as comédias brasileiras, pelo menos as que andam tão decepcionantes ultimamente, tivessem Crô como exemplo, teríamos mais filmes que, pelo menos, fizeram por valer a ida ao cinema. Se você gostava do personagem na novela, vai adorar vê-lo mais uma vez.
Crô – O Filme, BRA, 2013 – 110 min.
Elenco: Marcelo Serrado, Alexandre Nero, Kátia Moraes, Carlos Machado, Carolina Ferraz, Milhem Cortaz, Gaby Amarantos, Ana Maria Braga e Ivete Sangalo.
Direção: Bruno Barreto.