A Comédia Divina – História “cutuca” o telespectador ao mostrar o Diabo como líder religioso
Personagens religiosos sempre serviram de inspiração para interpretações artísticas, seja em quadros, esculturas, cinema, música ou na literatura. O filme “A Comédia Divina”, dirigido por Toni Ventura, foi baseado no conto “A Igreja do Diabo”, publicado por Machado de Assis em 1884.
A história começa quando o Diabo (Murilo Rosa) percebe que sua popularidade não anda muito grande entre os homens. As pessoas não o temem e nem acreditam nos seus “ensinamentos”. É nesse momento que ele tem uma ideia: criar uma Igreja que estimule os pecados e que lembre para as pessoas que o importante é aproveitar os “prazeres da vida”
Para alcançar esse objetivo, ele se aproxima de Raquel (Monica Iozzi), uma jornalista ambiciosa que ajuda a divulgar a Igreja do Diabo na TV e conquistar a simpatia do público. É aí que ele vira um grande líder religioso, e o mundo passa a cometer os 7 pecados sem culpa.
Uma comédia que “cutuca” o telespectador
Falar sobre religião é algo que sempre provoca algum tipo de polêmica, e com “A Comédia Divina” não foi diferente. Basta acessar a fanpage do filme para ver vários comentários negativos sobre o tema abordado.
Um dos pontos altos da comédia é que ela levanta a discussão sobre o bem e o mal de forma muito interessante, principalmente nos diálogos entre o Diabo e Deus, interpretado por Zezé Motta. Sempre existe muito respeito entre os dois, e a cena final traz uma reflexão sobre a natureza humana.
Primeiro trabalho de Mônica Iozzi após o CQC
O filme foi gravado em 2014 e é o primeiro trabalho de Mônica Iozzi como atriz após a sua saída do CQC. A sua atuação não deixa a desejar, mas para quem acompanha o seu trabalho pode observar que houve uma evolução desde então.
Murilo Rosa aparece como a figura clássica do Diabo, sedutor, cínico e algumas vezes até um pouco caricato, uma característica que pode ser perdoada quando falamos desse personagem – que já foi interpretado tantas vezes na TV, no cinema e no teatro.
Além de Deus, o personagem Lucas (Thiago Mendonça) também representa o bem na história. Ele é um produtor de TV apaixonado por Raquel e que sofre por ver a jornalista ajudar o Diabo. O elenco ainda conta com Dalton Vigh (Mateus), Juliana Alves (Lilith) e Débora Duboc (Ester).
“A Comédia Divina” traz uma reflexão sobre como a humanidade lida com a ideia de bem e mal e até que ponto as pessoas são influenciáveis por grandes líderes religiosos e a mídia.