Coletiva: Noé, com Russell Crowe
A coletiva de imprensa de Noé, novo filme de Darren Aronofsky (de Cisne Negro), com o australiano Russell Crowe, ocorreu na tarde de 6ª feira, 21 de março de 2014, no Hotel Fasano – RJ, após um pouco de atraso que foi justificado pelo ator ao chamar nosso trânsito de um dos piores do mundo, “e que só uma bicicleta para evitá-lo”, brincou.
Antes de vir ao Brasil, Russel fez uma visita ao Papa Francisco no Vaticano, com parte da equipe do filme, que o deixou honrado. “Foi um incrível privilégio ser convidado para vê-lo”, disse. Para Crowe, a temática que o filme tem independe de religião, pois a história de Noé e sua arca existe em várias versões, não apenas aquela que há na Bíblia. “Geografia e arqueologia também falam sobre a mitologia do dilúvio. Se você olhar para Noé, sem nenhuma religião em particular, acho que é a maneira mais saudável de vê-lo”, afirmou. O ator definiu a história de seu personagem como “fascinante”. Para ele, a vida de Noé tem a ver com humanidade.
Crowe afirma que o diretor, Darren, era intrigado pela figura de Noé desde criança, quando estava internado num hospital. Ridley Scott, com quem Russell já trabalhou cinco vezes, está filmando a vida de Moisés em “Exodus”, com Christian Bale. Para ele, é interessante mostrar certos detalhes que não são encontrados nos livros sagrados.
O ator elogiou o elenco que trabalhou com ele em “Noé”, especialmente Jennifer Connelly, que vive sua esposa no filme e também fez par com ele em “Uma Mente Brilhante”, vencedor do Oscar de Melhor filme em 2001. O astro lembrou que trabalhou com Anthony Hopkins pela primeira vez no mesmo ano em que ele ganhou o prêmio por sua atuação em “O Silêncio dos Inocentes” (1991) e também com o jovem Logan Lerman, quando ele era uma criança, em “Os Indomáveis” (2007). Além de Emma Watson, que não conhecia antes, mas achou fantástica. Elogia também a voz dos guardiões.
Em relação às filmagens, Crowe revela que o principal problema foi a chuva constante. “Foram 36 dias de chuva. É claro que não foi nada bíblico, mas ainda assim foi complicado. Cada gota parecia um soco na cabeça”, diz. “Os primeiros segundos em que os sprinklers jorram na cabeça é uma sensação linda, mas depois vira uma surra”, conta o ator.
Russel provocou risos ao revelar que levou o diretor Darren Aronofsky, que é vegetariano, para o seu rancho na Austrália, para comer carne. Crowe lamentou, no entanto, não ter atuado com animais de verdade (que foram recriados com efeitos especiais): “Foi muito decepcionante! Eu não pude acreditar”, disse o ator. Questionado se tivesse que escolher, assim como Noé, quem salvaria de uma catástrofe, foi enfático: “Não é uma escolha dele. É sua tarefa! Seria um pouco injusto escolher uma pessoa em detrimento de outra”. Para ele, a história de Noé realmente aconteceu porque há evidências geológicas sobre o dilúvio.
Crowe encerrou ao falar um pouco sobre “The Water Diviner”, o primeiro filme que, além de estrelar, também dirigiu. “Já terminamos as filmagens na semana passada. Desde então, já estive em Moscou, Itália e aqui. Começamos a filmar em dezembro e tem sido uma experiência fascinante. Achei a transição muito fácil de fazer. Dirigir filmes está no meu DNA”, brinca.
[Fotos: Raphael Dias Getty Images for Paramount Pictures International]