Resenha: O Fim de Two and a Half Men

Resenha: O Fim de Two and a Half Men

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Finalmente acabou. Depois de 12 temporadas, a exibição do episódio duplo “Of Course He’s Dead” pôs um fim a Two and a Half Men. E o final não foi apenas sobre o que aconteceu na série nos últimos 12 anos, mas também sobre o que aconteceu COM a série nesse tempo. Entre várias participações especiais, Two and a Half Men se encerra fazendo piada sobre si mesma, sobre as críticas negativas que sempre recebeu, e claro, dando aquela espetada no Charlie Sheen.

ATENÇÃO: Contém SPOILERS do episódio final!

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E falando no Sheen, se você esperava o retorno triunfante do Charlie para o final da série, suas expectativas foram parcialmente atendidas. Não, apesar dos boatos que surgiram, o Charlie Sheen NÃO voltou. Mas isso não significa que Charlie Harper não tenha voltado, já que é exatamente ele que move a trama do episódio final.

Logo de cara, o comum “previously” retorna ao funeral do Charlie, visto no início da 9ª temporada, e então vem a grande revelação: ele esteve vivo nos últimos 4 anos! Na verdade, depois de descobrir a traição de seu marido durante a lua de mel, Rose o manteve em cativeiro no porão de uma casa. Só que depois de todos esses anos preso, Charlie finalmente consegue escapar e agora planeja seu retorno.

Enquanto isso, Alan descobre que Charlie tem 2.5 milhões (dois e meio, sacaram?) de dólares para receber pelos direitos de suas músicas. É claro que o pão duro quer pegar o dinheiro só pra ele, mas precisa da certidão de óbito do irmão para isso. E é aí que começam as especulações se Charlie estaria mesmo morto. Não demora muito para a verdade vir à público, e com ela vem as homenagens à história da série através das participações especiais do episódio, que vão desde algumas ex-namoradas de Charlie, Alan e Walden, até Jenny (a filha do Charlie) e Jake (que aparece com um visual bem diferente). Depois disso, começam os preparativos para o grande retorno de Charlie Harper, que promete acertar as contas com seu irmão Alan e até com o seu “substituto” Walden Smith.

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Se você também achou a trama meio doida, até mesmo para o padrão da série, não tem problema, porque ela serve apenas de desculpa para o produtor Chuck Lorre mostrar que pode fazer o que quiser com a sua criação e sacanear o seu desafeto até não poder mais. E é assim o episódio inteiro. O texto lembra das críticas negativas que a série recebeu ao longo dos anos e do rumo que ela tomou após a 8ª temporada, e sempre que possível, tira sarro do Charlie Sheen ao fazer referência a algumas de suas declarações polêmicas após sua saída.

Apesar do episódio ter sido bem fraco (em comparação aos tempos áureos da série), algumas sacadas foram bem legais. A autocrítica na cena da delegacia é uma delas, com Alan e Walden contando toda a história da série para um policial (vivido pelo ARNOLD SCHWARZENEGGER) que fica perguntando aos dois sobre algumas forçadas do roteiro que fizeram parte dos 12 anos de Two and a Half Men – e sem as quais a série não teria durado tanto tempo. Já no ataque direto ao Sheen, as piadas sobre ele ser (ou não ser) insubstituível e sobre ele achar o Alan um mero coadjuvante são boas se você estiver sabendo o que rolou nos bastidores.

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E é isso. Em seu episódio final, a série optou por fazer piada de si mesma, abusando das referências ao que aconteceu nos bastidores e às críticas que sofreu, mas o grande problema é que eles perderam um pouco a linha, principalmente no ataque ao Charlie Sheen. A cena de animação nível Dolinho (já que ninguém tá pagando, vou escrever errado mesmo) já é de dar vergonha, mas o que dizer da cena final? “Charlie” volta para casa apenas para receber o golpe final (e caricato) do Chuck Lorre, que ainda aparece assistindo a tudo, só para soltar o “Winning” de Charlie Sheen e ter o mesmo fim de seu desafeto. Ok, talvez ele tenha tentado dizer que os dois lados perderam com a briga, mas a verdade é que quem perdeu muito mais foi a série e seus fãs.

Enfim, Two and a Half Men sofreu da síndrome do Cavaleiro das Trevas, em que ou você morre como herói, ou vive o bastante para se tornar vilão. E a série viveu muito além do que devia. Esse final foi só uma consequência disso.

 

“Alan, se você sair, o Charlie entrar no seu lugar e vier morar com o Walden, acho que conseguimos manter isso aqui por mais 5 anos” – Berta.

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