Coletiva: Qualquer Gato-Vira Lata 2
Na tarde do último dia 28, rolou a coletiva da comédia nacional Qualquer Gato Vira-Lata 2 no Rio de Janeiro, onde os diretores Roberto Santucci e Marcelo Antunez, o roteirista Paulo Cursino e os atores Cléo Pires, Dudu Azevedo, Malvino Salvador, Rita Guedes, Mel Maia e Letícia Novaes contaram um pouco sobre a produção, as concepções e como foram as gravações do novo filme.
Antes de começarmos a coletiva propriamente, Roberto Santucci agradeceu pela oportunidade de dirigir o filme, convite que inicialmente negou por ainda estar muito envolvido com um outro trabalho (que seria a comédia Loucas para Casar), inclusive praticamente não participando do processo de pós-produção desse, mas ainda ficou feliz pelo fato do filme ter sido dirigido por dois diretores e ainda manter uma consistência única.
Em relação às mudanças e desenvolvimento dos personagens após o filme anterior, Dudu Azevedo disse que durante todo o tempo os atores trabalharam em sincronia com o roteirista e os diretores para que os personagens não se perdessem, que mantivessem seus conflitos, apesar de ser uma outra situação e que o casal principal se encontrar em uma nova situação, e ressaltou o roteiro de Cursino, que manteve tais características dos personagens mostrados no filme anterior, tornando o filme bastante dinâmico e engraçado.
Rita Guedes exaltou a opção da mudança de cenário: “foi uma excelente ideia do Cursino colocar todos os personagens no México, um lugar todo romântico e sensual que acrescentou muito ao tom de comédia do filme”. E sobre a entrada de novos personagens, a produtora falou das cenas de Stella Miranda, mãe do personagem Conrado: “As cenas dela com Conrado são muito cheias de ternura, ela trouxe ao personagem algo que foi fora de série.”
Malvino Salvador gostou muito da experiência de trabalhar com dois diretores: “ambos tem as suas características, mas complementam muito um ao outro, só fortalecendo o filme.” E Guedes complementou: “Sempre eles nos estimulavam muito a gravar uma cena de um outro jeito, eles tiveram muito cuidado com cada cena, sempre tentando tirar o melhor do elenco.” E Cléo Pires relembrou que durante o primeiro filme eles também haviam trabalhado com uma codiretora, Daniela De Carlo: “Devido ao escopo do filme, um fica cuidando mais do geral e outro mais dos detalhes.”
Após os atores brincarem com o fato de que vale tudo no amor e na guerra, Cléo Pires respondeu que o filme tem muito fôlego para sequências, e Paulo Cursino comemorou a realização do filme: “Essa sequência é uma complementação muito feliz de um trabalho que começou lá atrás, na peça de Juca de Oliveira (e que teve a própria Rita fazendo o papel de Tati no teatro), e todos vão se unindo. Acho o primeiro filme muito redondo, e no segundo filme é como cuidar do filho dos outros, uma responsabilidade muito grande, mas veio tudo tão fechado e pronto que tudo funcionou muito bem. No primeiro filme foi uma apresentação, agora vamos embebedar essas personagens. Então sim, o filme tem muito fôlego para um terceiro, para um quarto, mas sem perder as características do personagens, inclusive queria muito ver algo mais de Malvino com a Stella, eles dois combinaram muito bem em cena.”
Sobre pais e filhos, Santucci adoraria trazer Juca de Oliveira como uma homenagem à peça. E Cléo Pires contou sobre a cena com Fábio Jr., seu pai no filme e na vida real: “A gente nem trabalhou a cena. Ele me perguntou se eu contei pro Cursino algo da gente por que a cena era tão cheia de referências que parecia que ele tinha escrito a cena pra gente.”
Santucci relembrou algumas complicações que ambos os diretores passaram, como por exemplo filmar em dois lugares: “Tinha uma cena em que a Cléo caminha em Cancún, senta na Bahia, toma uma bolada em Cancún, olhava de novo e tava na Bahia (risos). Foi uma complicação técnica muito grande para fazer com que filmar nesses dois lugares não transparecesse no filme.” E Antunez complementou com a cena da Cléo com Fabio Jr.: “Naquele dia estava ventando muito, e ainda tinha previsão de chuva. E todos nós, da equipe de câmera ao maquiador, todo mundo chorou com aquela cena, foi bastante emocionante.”
O filme também traz um pouco da tecnologia que é tão marcante nos nossos dias atuais, e Santucci enalteceu isso ao roteiro de Cursino que complementou: “hoje a gente é tão multitarefa, usando sempre o celular, nos expondo nas redes sociais, o fato da Tati transmitir online o seu pedido de casamento, então a gente quis trazer algo assim para o filme”. E Santucci continuou: “A própria abertura do filme, a tela dividida, foi algo que já tinha sido utilizado no primeiro filme e a gente quis trazer de volta, pra manter uma identidade visual, e ao mesmo tempo trazendo algo novo.”
Apesar de parecer, Cléo disse que não vê a Tati como o homem da relação: “eu só acho que ela é impulsiva, tem muita energia, ela não pensa. Se ela quer algo, ela faz e pronto, não vê mais nada em volta. Na verdade, acho até que se o pedido tivesse sido só entre eles dois, ele teria aceitado. Ele só ficou sem reação, no meio daquele restaurante, e o Conrado é um cara todo certinho”. E Letícia Novaes apoia a atitude de Tati: “Ela é a nova mulher, não fica esperando pelo cara fazer o pedido. Só não sei se eu colocaria na internet, mas achei aquilo genial.”
Cursino explicou a origem da cena: “aquilo minha colaboradora que trouxe essa ideia, ela se baseou numa menina que fez esse mesmo preparativo que a Tati, pediu a mão do cara em casamento e o cara disse ‘não’. Mas isso também reflete muito esse lance da iniciativa da mulher, e a mística do homem que não quer casar. Hoje em dia tá tudo muito aberto.” E Malvino brincou: “mas se estivesse no lugar do Conrado ele teria aceitado”.
Na fita, após Conrado negar o pedido de casamento de Tati, ela resolve se vingar do namorado e o ex Marcelo fica sabendo da decepção e volta a ter esperanças de reconquistar a moça. Pra piorar, Angela (Rita Guedes), a ex de Conrado, também volta a dar as caras. A estreia acontece no dia 4 de junho.