Resenha: Quarteto Fantástico
Desde a trilogia do Cavaleiro das Trevas, onde Christopher Nolan empregou ao Batman um mundo mais próximo da realidade, apenas inserindo um herói nele, inúmeros outros filmes de super-heróis que se seguiram resolveram empregar a mesma pegada. Na sua primeira incursão às telonas, o Quarteto Fantástico (Fantastic Four) tinha um tom mais de quadrinhos, mas dessa vez resolveu também tentar essa nova abordagem com um diretor para dar um tom mais sério e um elenco totalmente novo. Mas algo se perdeu nessa tentativa.
No filme o Dr. Franklin Storm (Reg E. Cathy) vê seus problemas resolvidos quando acha o jovem gênio Reed Richards (Miles Teller) e juntos com seus filhos, Johnny (Michael B. Jordan) e Sue (Kate Mara), e o gênio Victor Von Doom (Toby Kebell) inventam a viagem interdimensional para uma terra perigosa. Ao saberem que o programa seria passado para as mãos da NASA Reed chama seu amigo Ben Grimm (Jamie Bell) e todos resolvem conhecer a outra dimensão por conta própria, mas um acidente os faz retornarem com incríveis poderes.
O filme começa mostrando a inusitada amizade entre Reed, gênio desde criança que nunca foi compreendido e nem apoiado por seus pais e professores, e Ben, o caçula maltratado pelos irmãos mais velhos que aprendeu a se virar, mas é rapidamente esquecido pelo filme, apenas retornando para ser o cara que estava no lugar errado, na hora errada. Aliás, perde-se muito tempo do filme com explicações e preparações, mas a ação e aventura que todos esperávamos demora muito para acontecer e é bastante breve. Josh Trank fez um bom trabalho trazendo o Quarteto mais para um filme de ficção científica do que de heróis, mas cai no mesmo problema do Batman do Nolan, onde não vemos um filme do Quarteto Fantástico, vemos um filme onde quatro jovens fazem algo errado e precisam se unir para consertar esse erro.
É visível que se trata de um filme de origem, mas se prendeu demais à origem e motivações dos personagens, os irmãos Storm por exemplo. Susan é a filha orgulho do pai, enquanto Johnny é mostrado como o rebelde, que apesar da esperteza, sente ciume da atenção que o pai dá a Susan e aos outros alunos. O elenco funciona muito bem em conjunto, e cada um tem o seu tempo de tela bem definido, só um problema. Como é um filme de ficção, o filme meio que só se importa com os gênios, e acaba deixando Ben de lado, apenas para trazê-lo de volta e vê-lo virar o Coisa.
Quarteto Fantástico veio oferecendo uma grande promessa, mas não cumpre essa promessa. A Fox já prometeu um segundo filme, mas honestamente não vejo um segundo filme com essa galera acontecendo, esse filme meio que mata toda a chance de uma sequência. É um bom filme, mas poderia ter sido muito melhor.