Street Fighter 30 anos – O que deu e não deu certo na franquia
Um dos meus melhores passatempos de criança era ir para o flipper jogar Street Fighter, sensação com todos os seus “Ráduguis” e “alexfú” e “tiger Robocop”. E, como vários moleques da minha época, todos imaginavam como seria ver todos aqueles personagens ganhando os telões e as telinhas.
Eventualmente esse dia chegou. Mas, para a frustração de muitos, não tava um resultado tão memorável quanto os fãs gostariam. Pelo contrário, o aspecto meio produção de baixo orçamento, acabou dando desmerecendo todo o amor dos fãs pelo game.
Mas embora outras adaptações baseadas em Street Fighter foram ainda menos sucedidas com o passar dos anos, outras acabaram se tornando memoráveis. E nós, para comemorar os 30 anos do lançamento do game, vamos passear pelo melhor e pelo pior, relembrando a trajetória da franquia Street Fighter na TV e no cinema.
Street Fighter – A Batalha Final
A primeira adaptação do game já veio cercada de polêmica. Primeiro por não colocar os personagens Ken e Ryu como os principais, mas dando espaço ao soldado americano Guile, interpretado pelo astro da época Jean-Claude Van Damme. Além disso também as péssimas caracterizações dos personagens, em nada de acordo com suas contrapartes do game. Uma Chun-Li (Ming-Na, a melhor coisa desse filme) repórter de TV, um Honda câmera, os já citados Ken e Ryu reduzidos a fucking traficantes de armas…um carnaval completo. Até mesmo a presença de peso de Raul Julia (em seu último filme antes de falecer) não salva o filme.
Street Fighter II – Victory
Para salvar os fãs, uma nova versão que respeitava as origens do game mas que também tomava certas liberdades em prol da história a ser contada. O anime com 30 episódios (que foi exibido aqui no SBT) mostrava Ken e Ryu adolescentes, convencidos que ainda tinham muito a aprender sobre artes marciais, viajam pelo mundo “a procura do mais forte”. Ao longo dessa viagem eles encontram vários outros personagens e acabam esbarrando em uma trama internacional envolvendo a organização Shadaloo e o perigoso M.Bison. Destaques do anime para as lutas de Ryu contra Sagat em uma cadeia na Tailândia e a sangrenta batalha de Ken (que na nossa dublagem promoveu o bordão “ih ó o cara aí”) contra Vega.
Street Fighter – The Animated Series
Pra aproveitar o embalo do filme (não sei por que, né…) veio essa animação baseada no longa, onde Guile recrutava os Street Fighters para as missões contra a Shadaloo. Mas a animação era péssima como o filme, pior até. O desenho durou 26 episódios e também foi exibido aqui no Brasil pelo SBT como Street Fighter – Game.
Street Fighter II – O Filme
Considerado por muitos (inclusive este que vos escreve) como a adaptação definitiva de Street Fighter, e por muito motivos. Primeiro por reproduzir, logo em sua abertura, a clássica abertura do game com Ryu concentrando o Hadouken. Segundo a abordagem dos personagens, todos muito bem adaptados. Terceiro, lutas memoráveis e muito bem animadas, como essa da abertura, Ryu contra Fei Long (minha preferida até hoje) e Chun-Li contra Vega. E o motivo que torna essa animação a melhor coisa de Street Fighter, o famoso banho da Chun-Li.
Como eu disse, memorável.
Street Fighter – Alpha
Esse OVA (original video animation) foi feito para promover o novo jogo da franquia que estava chegando. Infelizmente na época ele foi lançado unicamente no Japão em VHS, só chegando ao grande público e logo aos fãs muito tempo depois graças à internet. Ele mostra Ryu lidando com a recente morte de seu mestre, Gouken, e com uma força negra que cada vez mais vem crescendo dentro dele. O OVA foi produzido pela mesma equipe que fez o longa animado Street Fighter II.
Street Fighter – A Lenda de Chun-Li
Quinze anos após um longa com atores, uma nova chance foi dada. Dessa vez abordando uma das personagens mais amada do game. E apesar da abordagem mais séria e com um bom elenco, parece que Hollywood ainda não entendeu a franquia e traz Kristin Kreuk (na época super em alta como a Lana Lang da série Smallville) em busca dos responsáveis pela morte de seus pais. O filme foi tão mal nos EUA que ele chegou aqui para nós direto em DVD. E de fato, não há muita coisa que tenha se salvado em um filme que tinha o Taboo do ‘Black Eyed Peas’ como o ninja Vega.
Lamentável.
Street Fighter – Assassin’s Fist
Joey Ansah, dublê e amante do game, resolveu tomar a liberdade de produzir uma websérie que mostrava os primórdios do treinamento de Ken e Ryu. Apesar da produção de baixo orçamento, ela compensa pelo esforço na caracterização visual e a reprodução dos movimentos do game. A websérie fez sucesso entre os fãs e garantiu uma segunda temporada, mas o que veio a seguir não era o que se esperava.
Street Fighter – Ressurection
O que era pra ser a segunda temporada de Assassin’s Fist acabou virando essa série para promover um novo jogo, Street Fighter V. Mas acabou que o jogo já tem mais de um ano lançado e nada da série dar as caras. Pelo visual do pouco que já apresentado, todo o primor e simplicidade da série anterior foi pro espaço, dando lugar aos visuais do game e mais parecendo um baile de carnaval (Exagero? olha o trailer e tire as suas conclusões). Até tinha esperanças de ver algum material bom aqui, mas já não tenho mais.
Fica a esperança de que venha um adaptação melhor no futuro, seja como filme, série ou desenho.