Resenha: Todas as Razões para Esquecer
O cinema tem um apreço por usar crises existenciais como ponto de partida para uma boa história. Principalmente por se voltar para a uma geração como a nossa, em que tudo vira um momento no melhor estilo “ninguém me entende” ou “estou sozinho no mundo”, esse estilo de filme acaba por atrair um publico cativo, que gosta de se ver na tela e acaba imediatamente se identificando com o personagem. Isso, claro, se tanto a história quanto o personagem que nos conduz por ela forem cativantes. E Todas as Razões para Esquecer é extremamente cativante.
O filme nos mostra Antônio (Johny Massaro), jovem que acabou de levar um fora de Sofia (Bianca Comparato), com quem teve uma relação de dois anos. Ao longo do filme, vemos Antônio passar por vários momentos e aflições, como o dilema de um término, a apatia, aplicativos de relacionamento…tudo para resolver suas questões, descobrir o que deu errado para assim superar (ou reaver) a ex. Para “ajudar” ele vai contar com sua prima Carla (Maria Laura Nogueira), o amigo Gabriel (Victor Mendes), o vizinho Gabriel (Thiago Amaral) e sua psicóloga (Regina Braga).
Antônio reflete bem a condição da geração atual, cheio de problemas existencialistas que o fazem pensar em tudo e em nada ao mesmo tempo, sem saber como sair do lugar. Pedro Coutinho conduz a história muito bem, usa ótimos planos de câmera para mostrar toda essa apatia e a incapacidade de Antônio de seguir em frente, sempre preso nos bons momentos da relação anterior. Todo o elenco está muito bem, mas Johnny Massaro merece um destaque especial aqui. Sua interpretação mostra um Antônio sempre inquieto, em muitos pontos até obcecado, mas que aos poucos vai percebendo a solução para o seu problema, e vendo que até aqueles que o cercam tem que lidar com seus próprios problemas, aflições e encontrar o seu próprio caminho.
Simples e simpático, Todas as Razões para Esquecer nos mostra como apesar de todo término de relação ser um péssimo momento, há vida após isso e o processo para nos recuperarmos é basicamente semelhante para todos, só difere em como escolhemos enfrentar esse momento. Mas no final, sempre podemos nos reerguer para finalmente seguir em frente.