Resenha: Aquaman
Embora os fãs mais ardorosos ainda defendam com unhas e dentes (e tweets), o universo DC dos cinemas não teve o impacto no grande público que a Warner queria obter. A solução para tentar salvar o que já foi feito foi um seguir adiante com um senso de, gradativamente, sumir com o tom cinza e sério do início da “era Snyder” e cada vez mais dar mais cor e humor ao seu mundo, tornando seus heróis mais…bem, heroicos. E após o ótimo start com Mulher-Maravilha, chegou a hora do Rei de Atlântida voltar às telas e ter a sua história contada.
O filme mostra Arthur (Jason Momoa) após à vitória da Liga sobre Steppenwolff onde, mesmo sem ter um objetivo claro, ele segue ajudando as pessoas quando pintam problemas no mar. Mas Mera (Amber Heard) vem ao seu encontro para avisá-lo de que ele precisa retornar ao reino de Atlântida para deter o seu meio-irmão Orm (Patrick Wilson), que pretende se tornar o Mestre dos Oceanos e lançar a fúria dos 7 mares sobre o povo da superfície.
Aquaman é uma aventura bastante confusa. Por que ele está longe de ser algo como Mulher-Maravilha, mas também não pode ser completamente descartado. Ele não é um filme bom, mas mantém o padrão “aventura legal” dos filmes DC.
Vindo dos filmes de terror (assim como o diretor de Doutor Estranho, Scott Derickson) James Wan tem um domínio bastante interessante sobre o filme. Ele consegue dar bastante dinâmica às cenas de ação, com tomadas que jogam o espectador para dentro da ação e planos sequência para que você não perca nada do que está acontecendo, e isso é ótimo. E Wan não se esquece da sua veia original e ainda consegue imprimir certa tensão e trazer alguns pulos de susto, mesmo que sejam algo mais controlado, afinal não é um filme de terror.
Mesmo com um visual que impressiona, os efeitos às vezes são bastante confusos. Atlântis aparece como uma cidade futurista que, à primeira vista, é bela, mas com o tempo, o misto de tecnologia com o visual barroco das estátuas incomoda. Assim como a trilha, às vezes orquestrada, às vezes lembrando a trilha de Daft Punk para Tron, uma confusão só. O elenco nem está ruim, mas parece que fazem o que o roteiro pede, e o roteiro não é a profundo o bastante. E como é, para todos os efeitos, um filme de origem, precisamos conhecer Arthur e seu drama, então o uso frequente de flashbacks, para não contar uma história linear, deixa a coisa toda bastante confusa. Mas o uso das piadas para quebrar a tensão a todo instante e a química do casal principal definitivamente não funcionam.
A nova aventura da DC está longe de ser um completo desperdício mas também ainda tem um longo caminho para se tornar uma aventura que agrade a todo o público. Parar de fazer filmes com aspectos grandioso mas que no fundo acabam se tornando apenas aventuras “sessão da tarde”. Filmes que só agradam os fãs ardoroso que defendem com unhas e dentes (e tweets) tudo de bom e ruim que a DC faz e passar a fazer filmes que agradem a todos igualmentes. Aquaman não é um filme ruim, mas está longe de ser bom para todos.