Resenha: Turma da Mônica – Laços
Com tantas adaptações de personagens de hqs que passaram e as que ainda estão por vir na telona, era questão de tempo até que a turminha do limoeiro também ganhasse a sua vez. Com seu enorme apelo no imaginário de crianças e, principalmente, adultos que cresceram lendo as diversas histórias de Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali, era o trabalho de ter as pessoas certas com a história certa para contar. Algo que pudesse divertir as crianças e trazer a criança que permanece dentro do adulto para fora. Certo que Turma da Mônica – Laços cumpre esses quesitos perfeitamente.
Com o sumiço de seu cãozinho, Floquinho, Cebolinha (Kevin Vechiatto) conta com o apoio de Mônica (Giulia Benite), Cascão (Gabriel Moreira) e Magali (Laura Raseo) e partem em busca do cachorro, visto que nenhum adulto acredita nas informações que eles conseguem. Sua busca os leva até os limites da floresta, onde seus laços de amizade são postos à prova e fortalecidos.
Se você tem o apego emocional, logo nas primeiras cenas você é transportado para o bairro. Todo o trabalho de cenografia é feito com muito esmero, barraquinhas de doces, pipocas, revistinhas (com seu Mauricio de Sousa tendo o seu momento Stan Lee, nada mais justo) e as casas; Mesmo tudo sendo distante da nossa realidade atual, é preciso abstrair e se deixar transportar para aquele mundo. A história toma certas liberdades e escolhe ir para um caminho mais aventuresco, mesmo com a inclusão de certos plots, mas não esquece do tom nostálgico que também é forte na hq escrita pelos irmãos Vitor e Lu Caffagi (a minha hq preferida). Ponto para o roteiro que, ao fazer isso, dá importância à química e ao relacionamento da turma, e toca em questões que, embora tivessem sido abordadas, nunca foram tão evidenciadas, como o fato da Mônica ficar triste com os apelidos que lhe são dados.
As crianças são ótimas, conquistaram desde o seu anúncio na CCXP e conquistam à cada cena em tela. Cada um tem um momento e todas entenderam as nuances e peculiaridades de seus personagens, graças à direção segura de Daniel Rezende (Bingo – O Rei das Manhãs), que parece ter tirados cenas direto da HQ de tão lindas que ficaram. Mesmo com uma trama simples, consegue tirar ótimos momentos dos atores mirins e o elenco adulto não compromete, com destaque para a pequena (porém marcante) participação de Rodrigo Santoro como o Louco.
Eu citei acima a importância do peso emocional para ver este filme, mas também é importante citar como é bom ver um filme nacional infantil, simples e despretensioso nas telas. Turma da Mônica – Laços é fofo, no melhor sentido da palavra. Na verdade, a melhor palavra que pode defini-lo. É infantil, sim, mas é mirado para esse público. Para os adultos, fica a nostalgia e a alegria de ver personagens que tiveram (e alguns ainda tem) tanto apego na infância ganharem as telas de modo tão respeitoso à obra. Que venham mais adaptações.