Homenagem a Antônio e Camila Pitanga na abertura da Mostra Tiradentes
Começa nesta sexta-feira dia 24 de janeiro a 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes com homenagem a dois nomes consagrados historicamente de nossa dramaturgia audiovisual: Antônio e Camila Pitanga. Pai e filha estarão presentes no evento para a homenagem e para debates com os presentes sobre muito cinema e cultura no Brasil e sobre a respectiva projeção sem precedentes que nossa arte vem encontrando no mundo.
Diante deste feito histórico, que remonta ao sucesso internacional do cinema brasileiro visto apenas durante o Cinema Novo desde a década de 60, nada melhor do que homenagear o nome de Antônio Pitanga, ator e diretor (vide o longa-metragem “Na Boca do Mundo”, primeiro longa de ficção dirigido por um realizador negro no Brasil a ser lançado em circuito comercial). O ator e cineasta esteve em alguns dos maiores filmes brasileiros desde o Cinema Novo, como cults de Glauber do naipe de “Barravento”, ou mesmo na única Palma de Ouro já laureada ao nosso cinema em Cannes: “O Pagador de Promessas” de Anselmo Duarte. Da mesma forma, além de trabalhar com nomes consagrados como Cacá Diegues (“Ganga Zumba”, “A Grande Cidade”), com o Cinema Novo baiano para além de Glauber como com Roberto Pires (“A Grande Feira”), e com nomes do Cinema Marginal como Rogério Sganzerla (“A Mulher de Todos”), Neville D’Almeida (“Rio Babilônia”) e Carlão Reichenbach (“Garotas do ABC”), Pitanga também foi dirigido pela amiga e atriz/cineasta Norma Bengell (“Eternamente Pagu”) e outros grandes nomes, mantendo seu trabalho atual até os dias de hoje como com Sérgio Ricardo (“Bandeira de Retalhos”), produzido pela Cavídeo, uma das maiores produtoras independentes do Brasil atual na batuta de Cavi Borges.
Mas não apenas Antônio será homenageado, pois a outra Pitanga presente na Mostra, sua filha Camila, também atriz e realizadora, deixa sua marca em tudo o que realiza. Vale ressaltar de plano outro recorde para o Cinema Negro no Brasil detido pela atriz/cineasta, pois foi a primeira diretora negra a lançar um longa-metragem em circuito comercial 32 anos depois de “Amor Maldito” de Adélia Sampaio (1984). O documentário homônimo sobre a carreira de seu pai, “Pitanga”, codirigido com Beto Brant, aportou em circuito no ano de 2016, sendo seguido depois de “Café com Canela” de Glenda Nicácio e Ary Rosa, primeiro longa de ficção codirigido por uma cineasta negra a aportar no circuito, e “O Caso do Homem Errado” de Camilla de Moraes, primeiro longa de documentário dirigido de maneira solo por uma cineasta negra a estrear comercialmente. — Para além disso, Camila vem trabalhando ativamente na sétima arte desde a Retomada no Brasil, tendo trabalhado com alguns dos maiores nomes como Jorge Furtado (“Saneamento Básico: O Filme”), tendo protagonizado animação brasileira premiada como melhor filme no Annecy em 2013, o “Oscar” mundial das animações, com “Uma História de Amor e Fúria” de Luiz Bolognezi; bem como já foi dirigida por alguns nomes consagrados da história de nosso cinema, como seu pai, por exemplo, sob a batuta de Rogerio Sganzerla (“O Signo do Caos”), já foi dirigida por mulheres como Malu de Marinho (“Mulheres do Brasil”), e protagonizou o primeiro especial da Globo escrito por mulher negra em horário nobre, “Juntos A Magia Acontece” escrito por Cleissa Regina.
E, nesta sexta-feira dia 24 de janeiro, poderemos ver na abertura da 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes a estreia mundial do novo filme estrelado por Antônio Pitanga: “Os Escravos de Jó”, dirigido pelo grande mestra do prolífico cinema do Ceará, Rosemberg Cariry, que ano passado brilhou multipremiado no 29º Cine Ceará com o filme revolucionário “Notícias do Fim do Mundo”, uma aula de montagem e de referências ao Cinema Novo e Marginal no Brasil. Confira abaixo entrevista com Antônio Pitanga e com Rosermberg Cariry pregressas e aguarde por novidade em breve com novas entrevistas:
Entrevista e homenagem a Antônio Pitanga no 28º Cine Ceará:
Entrevista e crítica do último filme de Rosemberg Cariry no 29º Cine Ceará:
O maior e primeiro evento do audiovisual brasileiro no ano dá largada nesta sexta-feira, dia 24.
A Mostra de Cinema de Tiradentes chega à sua 23a edição, que se estende até o dia 1o de fevereiro. Abertura será no Cine-Tenda, às 21h, com performance audiovisual e presença dos homenageados, jornalistas, parceiros, patrocinadores e público da cidade e de todo o país. Em nove dias, evento promove o audiovisual brasileiro com filmes, atividades artísticas e debates. Toda a programação é gratuita
Fonte do texto abaixo: Divulgação oficial, Assessoria de imprensa, Universo Produção e Marcelo Miranda
Serão nove dias de programação gratuita, com exibição de 113 filmes (31 longas, 1 média e 81 curtas-metragens), 53 sessões, 39 mesas de debates, diálogos audiovisuais e a série Encontro com os Filmes, performances artísticas e musicais, oficinas e lançamentos de livros. A cidade histórica mineira será transformada na capital do cinema brasileiro e irá receber toda infraestrutura com instalação de quatro espaços principais para receber milhares de moradores e turistas: Cine Copasa na Praça, Cine-Tenda, Sesc Cine-Lounge e Centro Cultural Sesiminas Yves Alves.
A abertura da Mostra começa às 21h desta sexta-feira, no Cine-Tenda, onde acontecerá a apresentação da temática do evento, “A imaginação como potência”, e a homenagem ao ator Antonio Pitanga e à atriz Camila Pitanga, que estarão presentes. A performance audiovisual da noite tem direção de Grazi Medrado e Chico de Paula, com execução de trilha sonora ao vivo a cargo do Barulhista. Entre as participações, estão a atriz Camila Morena e as cantoras Josi Lopes, Júlia Ribas e Lira Ribas. Bruno Cardieri assina o vídeo design.
Em seguida à performance, será exibido em pré-estreia mundial o longa-metragem “Os Escravos de Jó”, dirigido pelo cearense Rosemberg Cariry. O filme, que tem o ator Antonio Pitanga no elenco, foi todo filmado na cidade mineira de Ouro Preto e acompanha os estudantes Samuel e Yasmina, que, apaixonados, têm que vencer dificuldades e preconceitos para afirmarem seu amor, em meio a personagens do passado e do presente. Em cena, Pitanga interpreta um livreiro, de ascendência judaica, imigrante do norte da África e amigo do protagonista. O ator homenageado foi convidado por Cariry especialmente para este papel. A noite de abertura termina com a apresentação, no Sesc Cine-Lounge, de “Cinegrafia: A Pantera Cor de Rosa”, na qual os artistas lise e Barulhista tocam trilha sonora ao vivo para o clássico desenho animado.
No fim de semana, a Mostra vai estender a temática e a homenagem em duas mesas de debate. No sábado, às 10h15, o encontro “A imaginação como potência: perspectivas das curadorias” reúne a equipe de curadoria da Mostra para falar sobre as questões que permearam as escolhas deste ano. E às 12h tem o encontro “O percurso de Antonio Pitanga e Camila Pitanga”, em que pai e filha conversam com o público sobre suas trajetórias e a importância do trabalho de cada um. Às 15h30, o filme “Os Escravos de Jó” também terá uma mesa, com a presença do pesquisador Reinaldo Cardenuto, que vai fazer comentários sobre o filme ao lado do diretor, Rosemberg Cariry.
O primeiro fim de semana da Mostra também será cheio de produções de Minas Gerais, mostrando a diversidade audiovisual do estado. No sábado, tem duas sessões da mostra Foco Minas. Uma começa às 16h30 dedicada aos curtas-metragens, com quatro títulos: “Angela”, de Marília Nogueira; “Nove Águas”, de Gabriel Martins e Quilombo Marques; “Estranho Animal”, de Arthur B. Senra; e “Diz que é Verdade”, de Claryssa Almeida e Pedro Estrada. Às 20h, tem o mais novo longa-metragem de Helvécio Ratton, em pré-estreia nacional: “O Lodo”, ficção baseada em conto de Murilo Rubião e com integrantes do Grupo Galpão no elenco.
No domingo, às 16h30, tem a segunda sessão de curtas da Foco Minas, com os títulos “Brooklyn”, da Coletiva [Cineleblon]; “Santa”, de Marco Andrade; “Azar”, de Gabriel Duarte; e “Babi e Elvis”, de Mariana Borges.