Resenha: The Walking Dead – 2ª Temporada Parte 1
Aviso importante: Vamos começar SEM SPOILERS, mas o nível vai aumentando ao longo do texto, por isso, você decide até onde vai ler.
A primeira temporada fez de The Walking Dead um grande sucesso com apenas seis episódios, por isso, quando foi anunciado que a segunda chegaria com 13, criou-se uma expectativa muito grande e a dúvida era se os criadores da série conseguiriam corresponder. Ontem, a FOX exibiu o último episódio do ano aqui no Brasil, o sétimo da segunda temporada, que fecha a primeira parte dela, e enfim, tivemos uma resposta. Sim, eles corresponderam.
A primeira parte da segunda temporada não foi tão dinâmica quanto a primeira temporada. No começo da série, a caravana de Rick Grimes tinha que se mudar de um lado para o outro, com toda aquela tensão de escapar dos mortos-vivos que poderiam estar esperando na próxima esquina, mas isto chegou ao fim, porque os sobreviventes encontraram um lugar aparentemente seguro. Isto fez com que a temporada ficasse morna, mas o grande final foi uma das melhores e mais tristes cenas de The Walking Dead. Então, prepare-se para alguns spoilers a seguir…
Nível de SPOILERS: LEVE
Se esta temporada tivesse um subtítulo, ele seria “a busca por Sophia“. Depois de escapar da marcha dos zumbis (ou walkers, como são chamados na série), a caravana de Rick Grimes se encontra numa difícil missão: encontrar a garota perdida. Rick, o escoteiro e líder do grupo (me lembra até o Jack de Lost), dá uma ordem à menina, mas como criança é tudo igual (diz que vai obedecer e acaba não fazendo), a pequena Sophia desaparece na mata num mundo repleto de mortos-vivos. Começa, então, uma busca chata que se estende ao longo de todos os episódios, mas que do ponto de vista da história, faz todo o sentido, afinal, é uma menina perdida.
Rick, não satisfeito com a primeira burrada, faz mais uma. Deixa seu filho acompanhá-lo numa caminhada para tentar encontrar a garota perdida. O pequeno Carl sofre um grande “acidente”, mas como tudo tem o seu lado positivo, o acontecimento os leva até a fazenda de Hershel Greene, o lugar aparentemente seguro do qual eu falei.
O velho Hershel acolhe o grupo depois do “acidente” com o pequeno Carl, mas fica relutante em aceitá-los vivendo ali pra sempre. As relações entre os sobreviventes são desenvolvidas de forma satisfatória, alguns com mais importância do que os outros (ainda não sei o que o T-Dog está fazendo na série), mas estava faltando aquela tensão da primeira temporada. Isso, até o episódio em que o Shane (de olho na mulher do amigo), que tinha vários fãs, até mais do que o protagonista, mostra o seu lado mau caráter.
Depois desse episódio em questão, as coisas mudam. Shane parece cada vez pior e dá passos largos rumo ao seu trágico fim (quem já leu os quadrinhos, sabe que já era pra ter rolado); Lori tem uma surpresa para o Rick, que aliás, aposentou o uniforme de policial e aceitou de vez o cargo de líder da caravana; Glenn se torna o orgulho nerd (e que gata ele arrumou!); e o caipira e cabra macho Daryl se revela aprendiz de Chuck Norris e Rambo. As outras histórias se resumem a: Dale continua querendo proteger Andrea, que está cada vez mais chata; e T-dog não faz nada digno de ser comentado (sério, nada mesmo).
A série pega fogo mesmo depois de uma importante revelação sobre a fazenda de Hershel Greene, o celeiro, em particular.
Nível de SPOILERS: GRANDE – Detalhes do 7º episódio
Se a temporada pareceu morna, o último episódio desta primeira parte teve um final memorável. Logo no começo, os sobreviventes, enfim, descobrem o segredo de Hershel Greene: o celeiro está cheio de mortos-vivos, que o velhinho considera pessoas doentes que podem ser curadas (um dia). Os membros da família Greene infectados estão todos lá, além de outros que seu ajudante falecido Otis capturava pela região.
Shane, agora mau caráter e completamente irado, lidera um verdadeiro massacre aos moradores incomuns do celeiro de Hershel. A cena é até dramática por conta do sofrimento do velho Hershel, incapaz de impedir o que estão fazendo. Mas ao final dos tiros, você se pergunta: é só isso? É assim que vai acabar? Até me lembrei do último episódio da primeira temporada, que na minha opinião, foi bem fraco.
Então, vem o grande final, daqueles que entram para os momentos mais legais da série. A pequena e até então sumida Sophia, sai de dentro do celeiro, com uma mordida no pescoço e transformada em zumbi. O desespero e a frustração não estavam só no rosto dos personagens, estavam também no meu, um mero espectador. Todas aquelas buscas na mata que se estenderam por todos os sete episódios pareciam tão chatas, mas serviram para que o desfecho fosse tão desolador. E o Rick tomando para si a responsabilidade ao “resolver” a situação foi digno de ganhar o meu respeito (e isso, o Jack de Lost nunca conseguiu).
Enfim, The Walking Dead se superou e provou que é uma série que merece a nossa atenção. Ansioso pela segunda parte, com mais seis episódios, que só voltará em 12 de fevereiro de 2012. E que venha mais ação e mais zumbis! E que respondam logo o que o Dr. Jenner falou ao ouvido do Rick no último episódio da primeira temporada.