Crítica: Looper – Assassinos do Futuro
Galera, filmes que mexem com viagens no tempo-espaço são aqueles tipos de filmes que se você perder um detalhe, já não vai entender mais nada. E engraçado porque, apesar de esse ser o tema central de Looper – Assassinos do Futuro (Looper), achei que o filme teria uma pegada mais “Michael Bay”, quero dizer, muita correria e explosões sem sentido, mas que todos gostamos. Mas diferente dos filmes em que é o personagem principal que se move pelo Tempo-Espaço, aqui ele tem que lhe dar com seu “Eu” do Futuro. E vai dizer que você nunca se imaginou voltando no Tempo para dar dicas a si mesmo?
Mas pra gente não se adiantar muito, vamos ao filme: primeiro, somos apresentados ao lugar onde a história se passa, a Kansas de 2040. As viagens temporais ainda não foram inventadas e quando forem, em 2072, serão extremamente proibidas, sendo usadas apenas por grupos de mafiosos. Eles as usam para mandar pessoas para o passado e serem dadas como desaparecidas. Para executar essa “limpeza do futuro”, entram em cena os Loopers, que são muito bem pagos para isso e Joe (Joseph Gordon-Levitt) é um de seus principais agentes. A bagunça começa quando no futuro, um novo chefão do crime chamado Rainmaker começa a mandar pro passado pessoas que eram Loopers, obrigando-os a matarem suas versões do futuro, o seu “Eu” mais velho, ação que os Loopers chama de “fechar o seu Loop”. Até que chega a hora de Joe executar o seu “Eu” do futuro (Bruce Willis), que volta ao passado com uma missão: achar e eliminar o Rainmaker ainda criança.
Embora o filme não seja o que eu esperava, não quis dizer que ele é ruim. Gostei do roteiro, do fato do personagem de Bruce Willis não contar sobre o futuro do seu personagem, dizendo simplesmente que “não importa”. Aliás, Levitt passou por uma leve maquiagem para que a sua versão jovem ficasse parecida com Willis, tipo uma prótese no nariz, mas Levitt também trabalhou suas expressões faciais, que em vários momentos lembram as de Willis. Mas embora tenha um bom roteiro, ele se arrasta e como é um tema complicado, leva tempo pra se fazer entender, e as viradas na história não ajudam muito. Um lance me deixou muito chateado, foi a Telecinese. Que raio de Telecinese é essa que só serve pra levitar moedas e isqueiros? Que eles não consigam erguer um carro, por exemplo, tudo bem, até vai, mas não poderem pelo menos erguer uma pessoa? Achei meio inútil, só serviu para um personagem, que não será citado para evitar SPOILER.
E embora Emily Blunt seja sempre algo lindo de se ver na telona, aqui ela deixa a desejar, pareceu que estava atuando no automático, Jeff Daniels também, embora ele tenha tido um personagem mais interessante do que Blunt. O filme se concentra mais em mostrar as reações que nossas ações hoje causarão amanhã, e como as ações são cíclicas, sempre voltando ao mesmo lugar e sempre se repetindo. Se Vale o Ingresso? A iniciativa é bastante interessante, mas admito, senti falta das correrias e explosões sem sentido.
Looper, EUA/China, 2012 – 118 min.
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Bruce Willis, Emily Blunt, Paul Dano, Piper Perabo, Jeff Daniels.
Direção: Rian Johnson