Crítica: Detona Ralph
Sabe, é por causa de idéias assim que os desenhos e animações da Disney me cativam mais do que quaisquer outras. Por que só eles conseguem fazer um filme como Detona Ralph (Wreck-it Ralph) com um tema tão universal que é a aceitação de um modo tão simples e inocente, e ainda prestar uma homenagem aos tempos de fliperama, uma época mais simples onde a criançada fazia fila pra jogar os clássicos Street Fighter e Cadillac Dinosaurs, e ainda não existiam PlayStations e Counter Strikes.
Bem, no filme vemos Ralph, vilão do seu jogo Conserta Félix Jr., que começa a ficar insatisfeito com a sua condição após fazer sempre a mesma coisa repetidas vezes por décadas e ser sempre ignorado pelos outros personagens do seu jogo. Para isso então, ele resolve mudar as coisas e ser um herói, e para provar, ele sai do seu jogo para participar do Missão de Herói. Mas Ralph acaba parando em outro jogo, o Corrida Doce, onde conhece a melosa Vanelope, a qual precisa ajudar para sair do jogo, e voltar para o seu próprio antes que ele acabe sendo desligado de vez.
Como eu disse antes, a Disney tem uma incrível capacidade de pegar esses temas e mascará-los sob uma capa divertida e infantil, acessível para todos, é o que a diferencia das outras empresas. Ralph não aceita sua condição, para tentar amenizá-la participa até de um grupo de apoio à vilões, mas naõ é o suficiente. Quanto à solução do seu dilema não há novidades, mas ainda assim não deixa de ser interessante. E é praticamente um paraíso de referências à época simples dos videogames, com os personagens clássicos de jogos como o já citado Street Fighter e Enduro, como também àquela velha mania de códigos para facilitar os jogos, e os velhos Tilts. E é hilário ver personagens como o Ryu, Zangief e Sonic fazendo coisas habituais, como tomando uma bebida depois de um exaustivo dia de trabalho. O 3D funciona pra caramba, e até dá a impressão de que você também está jogando, principalmente na sequência do Missão de Herói.
Como vi o filme dublado sou obrigado a falar que não sou fã da idéia de contratar atores ou outras pessoas que não sabem dublar, além de ser totalmente desnecessário, pois o Brasil tem a melhor dublagem do mundo. Embora aqui isso não prejudique de todo, mas fica a sensação de que se houvessem dubladores de verdade nos papéis principais, teríamos um material bem melhor do que o apresentado. Não houve nada desse gênero em Wall-E e Toy Story 3 e vemos como isso faz diferença. Mas ainda assim Detona Ralph vale a pena tanto pra criançada quanto pra galera que cresceu gastando dinheiro no flipper do bar da esquina. E como eu gastei dinheiro…
Wreck-it Ralph, EUA, 2012 – 101 min.
Elenco: vozes de John C. Reilly, Sarah Silverman, Jack McBrayer e Jane Lynch.
Direção: Rich Moore