A importância da representatividade em “Com Amor, Simon”
A cada geração pinta um filme sobre a adolescência que é capaz de capturar todas as emoções que essa fase de descobertas provoca. São filmes que conseguem revelar exatamente toda a frustração e toda a emoção que marcam esse período de se livrar da infância e descobrir seu lugar na vida adulta. E em tempos em que se torna cada vez mais necessário que cada um de nós se sinta representado em todas as telas, não importando credo, raça, gênero ou sexualidade, “Com Amor, Simon” (Love, Simon) é um desses filmes fundamentais. E ele já está disponível para assistir online.
O filme conta a história de Simon Spier (Nick Robinson), um estudante de 17 anos que leva uma vida típica de um adolescente: intensa e cheia de descobertas. Inclusive da própria identidade. Ao mesmo tempo em que ele se descobre, por medo de ser julgado e não ser aceito pela família e pelos amigos, ele se esconde. Mas quando seu segredo é ameaçado, ele é forçado a encontrar uma forma de se aceitar e se revelar. Sem afetação ou pieguice, Greg Berlanti conduz a história de uma maneira comovente, revelando que as questões de Simon e seus amigos não estão relacionadas apenas ao público LGTBQI, mas também com o universo adolescente em geral. Berlanti, apesar de estar somente em seu terceiro filme, já acumula experiência em contar boas histórias aos dois públicos. Ele foi responsável pelas séries da DC no canal CW (o Arrowverso e Raio Negro) e Rivardale, produções que contavam com personagens assumidamente gays retratados sem estereótipos. Ponto positivo pela direção segura e natural que Berlanti confere às cenas, não tratando exclusivamente como se fosse somente um dilema gay de Simon, mas mostrando também o drama adolescente. Afinal, ser gay não o define.
Robinson retrata o dilema de Simon de forma tocante e cativante. Em tela, percebe-se como Simon vai se sentindo cada vez mais enrolado na própria teia que ele cria tentando proteger o seu segredo, o que é totalmente compreensível em se tratando de um jovem. Na segunda metade do filme, todas as suas cenas são carregadas de emoção, mas sem o habitual exagero de uma história adolescente. Todas as cenas com os pais (Jennifer Garner e Josh Duhamell) são de deixar rolar as lágrimas. E o grupo de amigos (Alexandra Shipp, Katherine Langford e Jorge Lenderborg Jr.) também reflete a boa qualidade do elenco, cada um com seu pequeno momento e importância dentro da vida de Simon. Com grande química entre si, o grupo mostra com naturalidade a convivência de amigos na época de escola, com todos os seus problemas e dramas que a idade traz.
Apostando no básico e contando uma história leve, divertida, interessante e carregada de emoção, “Com Amor, Simon” é exatamente o tipo de filme que se torna indispensável obrigatório de ver. O filme O longa não se preocupa em levantar bandeiras de forma alguma,. A produção conta de um jeito leve e natural naturalmente uma história de amor de um jovem que está se descobrindo,. Uma história que poderia ser a de qualquer adolescente que precisa encarar o cruel ambiente estudantil ao mesmo tempo em que experimenta o amor. E como o próprio Simon fala no filme, “todos merecemos uma grande história de amor”.