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Arquivo X e a nostalgia das séries antigas

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Estamos na era da nostalgia. Parece que os anos 90 nunca foram embora ou de fato não houve década de programas tão criativos, tanto em seriados quanto em desenhos, que atingiram aquele nível de popularidade entre o público. Basta notar o barulho que o anúncio do retorno de Arquivo X conseguiu fazer, 13 anos após a exibição de seu último episódio.

A primeira coisa que anima o público quando algo assim é anunciado é o retorno do seu elenco original. Vamos admitir que Arquivo X não seria a mesma coisa sem os tão queridos agentes Mulder (David Duchovny) e Scully (Gillian Anderson), afinal foi com eles que acompanhamos os mistérios ao redor de casos inexplicáveis, sobrenaturais e as inúmeras conspirações governamentais.

Mas Arquivo X teve o seu momento. Foi lançada em uma época em que o assunto de alienígenas e teorias de conspiração governamental eram muito mais difundidas no imaginário do público, e não tinha a internet para saciar ou facilitar a procura por tais temas. A série acabou unindo essas pessoas que, assim como Mulder, queriam acreditar que a verdade estava lá fora e precisava ser revelada. E agora, após 13 anos, em plena era digital onde tudo fica cada vez mais aberto e exposto, como manter o clima da série vivo e ainda se manter relevante para os fãs? Ainda existe alguma verdade para ser revelada? A solução foi atualizar a paranoia conspiratória. Se antes o medo vinha do espaço desconhecido, agora o medo vem da tão conhecida ambição humana, mas sem esquecer àqueles que estavam (e ainda continuam) por trás da cortina. A questão levantada para ilustrar a volta de Arquivo X também serve para todos esses retornos que estamos vendo.

Se em O Mundo é dos Jovens (Boy Meets World) tínhamos Corey Matthews vivendo todas as confusões, problemas e dramas que a adolescência traz, no revival Girl Meets World vemos um homem feito, casado com a sua namorada da época de escola, e os dramas da adolescência passam a ser da sua filha Riley, dando espaço mais pras meninas, algo que hoje vem sendo tão alardeado em produções de cinema e TV.

Mas por que personagens assim são “obrigados” a voltar? Os canais não fazem isso só porque estão sem ideias ou porque esses personagens e suas histórias eram tão melhores do que a maioria das histórias contadas atualmente. Todas as decisões são tomadas baseadas em números vindos do público. As pessoas procuram, os canais se interessam. Simples assim. A Fox, por exemplo, anunciou recentemente o retorno de Prison Break após grande procura da série pelos usuários da Netflix.

Mas por que o público procura por essas produções mais antigas? Talvez seja culpa da nossa memória afetiva e das boas histórias que ficaram nas nossas lembranças. Fato é que, ainda que aceitemos as novas séries, queremos mais e mais outras de volta. Afinal, quem não gostaria de ver um revival de Caverna do Dragão ou o Will Smith de novo em Um Maluco no Pedaço?

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Beto Menezes

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