Como Tubarão representa o momento que vivemos
Da negação a ciência ao perigo que está lá fora, como Tubarão dialoga com o período de isolamento e o enfrentamento a pandemia.
Tubarão (Jaws – 1975) de Steven Spielberg completou 45 anos em 2020. Revi ele recentemente e percebi o quanto esse filme dialoga com os dias atuais e com o que estamos vivendo em meio a uma pandemia.
Assim como o vírus que nos espreita fora de nossas casas, a população de Amity tem que conviver e temer a criatura que está esperando qualquer vacilo para devorá-los e assim, acabar com a sua vida.
Semelhante como na pandemia, só existe uma forma de continuar bem e a salvo, o isolamento e o afastamento do foco do perigo. No filme isso é representado pelas pessoas não entrar na água e na nossa realidade por não sair de casa.
Desde o início do filme temos que a presença do tubarão é algo perigoso e que merece muito cuidado. Um oceanografo é chamado para compreender e dizer qual é de fato o perigo, mas todos os seus avisos são ignorados pelas autoridades.
O prefeito negacionista
O prefeito é a principal voz anti-ciência da cidade. Durante o filme ele não só ignora os avisos dos cientistas, como também incentiva a população a desafiar os avisos. Em um momento, mesmo após ser notificado dos perigos que os aguarda na água, ele incentiva a população a entrar na água para poder passar a sensação de normalidade para a imprensa e para quem não sabe o real perigo.
Além de ignorar os perigos o prefeito da cidade ainda incentiva a volta a normalidade da vida colocando as questões econômicas na frente da vida da população e dos visitantes da cidade. Uma parcela das pessoas que vivem na cidade também luta para uma reabertura da praia e normalização da economia, mesmo que isso custe a vida das pessoas.
Um filme que continua ótimo
Tubarão envelheceu bem, continua sendo um ótimo filme e nos mostra o quanto é importante confiar na ciência e que agir contra ela pode trazer consequências.