Pela quarta vez, o Cinema em Série pôde fazer parte dessa festa épica que é a nossa Comic-Con. De modo mais tímido, sim, mas sempre presente, nos divertimos e aproveitamos cada momento daquele lugar mágico.
Na descrição do site da CCXP tem uma frase que explica muito bem o sentimento com que os idealizadores começaram tudo isso: “construa e eles virão”. A frase é do filme O Campo dos Sonhos, mas foi exatamente isso que aconteceu. Há quatro anos o primeiro evento brasileiro de tamanho porte (não fazendo pouco das convenções que temos aqui no Brasil, em especial o FIQ) nascia, mas de forma nada tímida. E agora, se tornando a maior comic-con do planeta, a CCXP investe pesado para dar aos fãs uma experiência única. E ano após ano eles conseguem.
A começar pela procura dos ingressos, um fenômeno. 70% deles vendidos antes do evento começar, sendo que o ingresso para 4 dias e os para sábado, esgotados. Esse ano a organização anunciou que queria ultrapassar a marca de 200 mil pessoas e, embora não divulguem os números oficiais, ela conseguiu. Só para se ter uma idéia, a primeira edição contou com público de 97 mil pessoas. Na edição anterior o evento já contava com 196 mil. Fãs de quadrinho, séries de TV, cinema e animê/mangá e cosplayers (caprichadíssimos) para mostrar o seu amor pela cultura pop e se divertir com as mais variadas atrações.
Agora, para caber tanta gente, e tantas atrações, o espaço precisava estar à altura, e ele aumentou na mesma medida em que o público aumentou, era necessário. No primeiro ano, eram 40 mil m², agora foram 115 mil m². E haja perna pra aguentar essa maratona, mas tudo fazia valer a pena. As atrações estavam incríveis, e as distribuidoras capricharam como sempre. A Warner tinha um estande mega elaborado para receber os fãs e brincar promovendo a Liga da Justiça, o Arrowverso, e seus novos lançamentos, Tomb Raider e Rampage. A Fox também tinha muita coisa legal, com maratonas premiando para pré-estreias de Maze Runner (viu uma galera correndo de colete abóbora de um lado para o outro? pois é), karaokê para cantar junto com Hugh Jackman em O Rei do Show (droga, perdi esse) e o Deadpool e Os Novos Mutantes também não ficaram de fora. A Netflix também veio com um estande enorme para atrair todos os fãs de Stranger Things (com um estúdio de dublagem maneiríssimo) e os trekkers terem o seu dia na poltrona do capitão da Discovery. E também apresentando sua nova série Altered Carbon e seu novo filme original, Bright, que chega semana que vem.
Mas ainda sobra muito espaço para mais. E é impressionante como o mercado descobriu no público geek/nerd um público fiel e, o mais importante para eles, um público economicamente ativo. Muito ativo. E todos querem a sua fatia desse bolo, desde agências de viagem à marcas de caderno, como itens para o lar e moda. Pela segunda vez no evento, a Riachuelo trouxe um estande com tudo ligado à Harry Potter, games, Marvel e DC, para os fãs enfeitarem sua casa da melhor forma. E não vamos esquecer dos colecionáveis, uma atração à parte no evento. Estátuas lindas dos heróis e filmes que tanto amamos. Na frente do auditório Cinemark, palco dos painéis principais, uma linda e assustadora réplica do T-Rex de Jurassic Park.
E as atrações principais foram os painéis, com os estúdios levando o máximo de coisas para entreter os fãs que esperaram em filas quilométricas esperando ver seus ídolos e muito conteúdo exclusivo. E ninguém se decepcionou (quer dizer, só a galera que não conseguiu entrar). Em especial os painéis da Fox com os astros Dylan O’Brien e os brasileiros Alice Braga e Henry Zaga, o da atriz Danai Gurira falando de sua personagem Michonne em The Walking Dead e sua participação no futuro filme do Pantera Negra e Will Smith, intitulado o Rei da CCXP, levou uma legião de fãs ao seu encontro no domingo, ultimo dia do evento.
O Artist Alley é outro show à parte no evento. Quadrinistas do Brasil e exterior vieram expor suas obras e vender prints, o que levou muitos fãs ao espaço ver lendas como Arthur Adams e também os estimados brasileiros Ivan Reis e Rafael Albuquerque. E também teve espaço pros fãs de E-Sports.
A minha única preocupação para os anos seguintes é a mesma que eu felicitei o evento parágrafos acima. Assim como é uma vitória, o alto volume de pessoas em um mesmo lugar está começando a deixar um certo grau de desconforto na parte da segurança. Foi a primeira vez em que me senti assim. E não posso confirmar, mas soube de relatos de fotógrafos que tiveram seu equipamento roubado e gente que perdeu seu telefone. Pelo tanto de gente que tende à aumentar nos próximos anos do evento, um cuidado com a segurança faz-se necessário. E muita gente reclamou das atrações também (como se fosse fácil trazer essa galera pro Brasil), mas ouve reclamações do Meet & Greetings com a Danai, da galera se queixando dela não ter sido nada receptiva e só ter ficado na cadeira o tempo todo. E sem aproximações.
E por falar nas atrações, eu acho muito legal por parte dos fãs terem a disposição de aguentar horas em uma fila e chegarem a dormir e acampar do lado de fora do evento somente para garantir um vislumbre do seu ator/atriz/atração que talvez nunca tenha chance na vida de estar tão perto, eu entendo isso, de verdade. O problema é o precedente que isso abre. Tanto pra aqueles que estão dispostos a esse tipo de sacrifício como por àqueles que infelizmente não podem ter a mesma chance. Eu entendo que infelizmente não dá pra ser igual para todos, mas já acompanhei coberturas da SDCC pelo Omelete onde eles sempre falavam das filas de 3 dias para o Hall H, e era tudo uma bagunça, então não gostaria de ver o mesmo se repetir com a CCXP. A nossa Comic-Con não deveria ser igual à deles, mas sim melhor.
Mas a CCXP tem o seu modo de deixar a sua marca em cada um de nós, e mesmo após 4 dias de pé, enfrentando filas, eu gosto muito daquele lugar. Volto pra casa derrotado e preocupado se não vou pagar excesso de peso de bagagem, mas não deixaria de perder aquilo tudo. A data do ano que vem já foi definida, 6 a 9 de dezembro. Então que venha mais um ano épico.
(Fonte: Omelete)
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