Há cinco anos o universo Marvel já se encontrava na boca do povo. Ao término da sua Fase Um, todo o trabalho construído de introduzir personagens tão pouco conhecidos para depois juntá-los em uma mega aventura todo o público já tinha Homem de Ferro, Capitão América, Thor e Hulk em camisas, capas de caderno e mais. E foi nesse cenário que apareceria um dos filmes mais importantes (eu até o colocaria como “O” mais imoprtante) para o seu universo, que mexeria e mudaria toda a sua estrutura construída ao longo dos primeiros filmes, mudanças essas que se estenderam por vários dos filmes que viriam após a segunda aventura do Capitão América. Tanto na frente quanto atrás das câmeras.
A mudança mais drástica provocada por “O Soldado Invernal” foi a substituição de Joe Johnston pelos irmãos Joe e Anthony Russo. Embora o primeiro filme tenha sido bem sucedido (e seja até uma boa introdução do personagem), era importante para a Marvel colocar Chris Evans e seu principal personagem nos holofotes principais, o líder, já que o principal destaque entre o time principal era o carismático Homem de Ferro de Robert Downey Jr. Com isso em mente, os Russos se inspiraram nos thrillers políticos e de espionagem dos anos 70 para nos dar uma aventura que mexeria com o bandeiroso de toda a forma. O resultado foi situar a primeira aventura solo do personagem após acordar 70 anos deslocado de seu tempo, e como sua visão de justiça e dever estava ultrapassada diante de tempos tão cínicos. Enquanto isso, precisa lidar com o retorno de seu melhor amigo que achava estar morto na forma de um assassino letal.
O uso do famoso arco dos quadrinhos escrito por Ed Brubacker que mostra o retorno de Bucky Barnes como o Soldado Invernal era o grande mote principal cujo o filme nos foi inicialmente apresentado, mas logo após sua exibição vimos que ele era apenas uma cortina de fumaça para a real ameaça do filme: a descoberta de que a HYDRA, organização que o Capitão achava ter erradicado se infiltrara na própria SHIELD, a organização cujo dever era impedir ações de organizações como a vilã. E tal fato quebrou a principal estrutura de defesa que o Universo Marvel tinha, fazendo com que os Vingadores assumissem um posto mais ativo na defesa contra ameaças mundias e o que sobrou da HYDRA resolveu seguir com experimentos envolvendo a Jóia da Mente, e gerou tudo o que vimos em Era de Ultron. O que levou a ser um dos pontos centrais em Guerra Civil, o que dividiu os heróis da Terra que ficaram indefesos contra a ameaça de Thanos em Guerra Infinita. E a TV também não foi esquecida nessa confusão, já que praticamente toda a série Agents of SHIELD se baseou nessa virada da HYDRA e revelou inúmeros traidores, alguns mesmo integrantes do grupo principal liderado pelo agente Coulson. Coube a ele a tarefa de reconstruir a agência de espionagem do zero.
A ação também foi um elemento bastante marcante na segunda aventura, cenas de perseguição incríveis e lutas bem coreografadas que traziam emoção e colocavam o espectador na ponta da cadeira. E ainda apresentou um importante personagem das hqs do Capitão, seu parceiro Falcão (Anthony Mackie). Apesar de ser uma apresentação rápida, a amizade é muito bem estabelecida. Como vive em um mundo de espiões (mostrado pela sua interação com Nick Fury e sua parceria com a Viúva Negra), Steve encontra em Sam um companheiro de armas, uma relação soldado-soldado que o remete aos tempos mais simples, onde ele podia confiar no homem ao seu lado. O fato de Rogers ainda não ter se adaptado aos nossos tempos também é outro ponto desse filme. Equanto a SHIELD, aqueles que deviam nos proteger, se preparam para cruzar uma perigosa linha entre a prevenção e a execução de culpados (uma vibe meio Minority Report), o Capitão mantém o seu pensamento de quando as coisas eram mais preto e branco, onde os vilões eram de fato vilões.
O segundo filme do Capitão América não só ousou em quebrar a fórmula de filmes da Marvel (que não tinha sido bem recebida no terceiro Homem de Ferro e no segundo Thor) mas inovou em todos os sentidos, não sendo só um filme de super-heróis, mas um empolgante thriller, e veio a se tornar referência em vários aspectos dentro do universo Marvel dos cinemas. Bem equilibrado na ação, humor e narrativa, é com certeza o melhor filme que a Marvel apresentou em seus quase 12 anos. Que venham mais filmes com essa pegada no futuro.
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