Relembrando: Batman – O Cavaleiro das Trevas

Relembrando: Batman – O Cavaleiro das Trevas

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Vamos continua o nosso esquenta para O Cavaleiro das Trevas Ressurge e agora falaremos dele, o filme que mudaria a forma das adaptações baseadas em quadrinhos seriam encaradas e provando que sim, personagens em quadrinhos poderiam render excelentes filmes, excelentes críticas, prêmios respeitáveis e encher o cofre de estúdios de grana. Batman – O Cavaleiro das Trevas traria não só atuações inesquecíveis, mas também uma nova maneira de se vender filmes, comercialmente falando.

Markting Viral

Era maio de 2007, já tudo engatilhado para a sequência e a Warner, em conjunto com a 42 Entertainment, começaram uma massiva campanha de marketing viral em cima do filme. O objetivo: manter o foco dos fãs por completo no filme mas sem revelar muito dele, mesmo faltando pouco mais de um ano para o seu lançamento. Então pra todo o site viral do filme era criado um outro igual, porém todo pichado pelo Coringa, como os sites dos jornais de Gotham e os da campanha de eleição para Harvey Dent. Também foi criado o WhysoSerious.com, um site que era recheado de pequenos pistas e enigmas que revelavam mais materiais sobre o filme, inclusive com fãs caçando pistas pelo mundo todo, inclusive por aqui, em São Paulo, para revelar um trailer do filme. Enfim a Warner cumpriu o seu objetivo e o filme sempre se manteve vivo e presente na mente dos fãs até o momento do seu lançamento.

A Queda

Passaram-se seis meses desde que Batman começou sua ação contra o crime, e agora ele vem martelando o crime organizado na cidade e com o surgimento do novo promotor público, Harvey Dent (Aaron Eckhart), bastante determinado a acabar com o crime também, os mafiosos vem se sentindo cada vez mais acuados. Até a única solução que lhes resta é recorrer a uma figura misteriosa que simplesmente se intitula Coringa (Heath Ledger), um louco que se maquia de palhaço e vem roubando uma grana da máfia. Com o sinal verde da máfia, o Coringa inicia seu plano para levar Gotham à uma anarquia generalizada e tomar tudo para si.

Neste segundo filme, apesar de ser o personagem-título, o Batman é nada mais do que uma figura ilustrativa, já que praticamente o plano do Coringa visa em derrubar Harvey Dent, que era chamado de “O Cavaleiro Branco de Gotham”, em contra-partida ao Cavaleiro das Trevas que era o Batman. Dent era tudo que o Batman não era, na visão pública: um herói, uma figura pública e corajosa e inspirava confiança e esperança ao povo, atributos que o Coringa percebeu e teve êxito em destruir. Aliás, quando Harvey Dent se dedica a se vingar das pessoas que o prejudicaram, vemos toda a tragédia e quada do personagem, até o seu fatídico fim. Seu visual ficou bem assustador, substituindo o ácido por simplesmente uma enorme queimadura que tomou metade do seu rosto, deixando-o desfigurado e o deixando mentalmente instável.

Mas todo esse plano vem da insana e eficaz mente do Coringa. O clássico vilão do Batman aqui não é retratado de forma irônica como o interpretado por Jack Nicholson em 1989. Assim que viu Begins, Ledger entrou em contato com Nolan e disse que sabia como fazer o Coringa funcionar no mundo realista criado pelo diretor. O que vemos é um Coringa extremamente cruel e sarcástico (a cena do lápis e a cena do assassinato na televisão é a mostra disso), com um ácido senso de humor e mais insano do que nunca. Seu visual ajuda a completar o personagem, ao invés de fraque agora ele veste um sobre-tudo, deixando o personagem muito mais “urbano”. Ao invés de cair em um tanque de ácido para se tornar o criminoso, aqui ele simplesmente surge, com somente o rosto maquiado, trazendo a destruição e sendo, em palavras do personagem, um “agente do caos”.

Mas o filme ainda é do Batman e o herói sofre algumas mudanças. Primeiro seu uniforme, se torna mais leve e flexível, para atender suas necessidades físicas. A segunda, e mais importante, é que com a destruição do Batmóvel, surge o Bat-Pod, uma espécia de veículo de emergência para qualquer problema com o Batmóvel. Uma motoca que é bastante útil e com igual armamento que o carro.

O tom de O Cavaleiro das Trevas é muito mais puxado pro suspense do que pra aventura que é Begins. O estrago físico que o Coringa causa a Gotham e mental que causa em Dent deixam o  filme bastante pesado, isso também se deve ao já citado comportamento destrutivo do personagem e a trilha de Hans Zimmer. A cena em o Coringa desfigura a cara do mafioso é de dar um nervoso em qualquer um, com a trilha tendo aquela nota de violino que parece uma nota que alguém está esticando mas nunca arrebenta.

Considerado um estrondoso sucesso de crítica e bilheteria (é a décima segunda maior da história), com dois Oscars, incluindo o póstumo de Melhor Ator Coadjuvante a Heath Ledger (segunda pessoa a receber um Oscar póstumo na história), O Cavaleiro das Trevas se tornou referência não só em adaptações de personagens em quadrinhos, mas também de qualquer outra mídia para os cinemas.

Isso encerra nosso especial e nossa preparação para o último filme da trilogia de Christopher Nolan. E lembre-se, O Cavaleiro das Trevas Ressurge chega por aqui dia 27 de julho. Veja a primeira parte do especial, Batman Begins, aqui. E daqui a pouco pinta a nossa crítica do filme, fiquem ligados.

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