Crítica: A Guerra do Amanhã
Me pergunto o que deve ter de bom no nosso planetinha azul que tanto rola invasão. Os amiguinhos verdes já vierem no velho oeste, destruíram nossas capitais durante a independência americana. Era só uma questão de tempo (perdão pelo uso da palavra) que a ameaça viesse do nosso futuro. E A Guerra do Amanhã (The Tomorrow War) traz os aliens sob esse novo plot.
Era para ser só mais um dia na vida do professor de biologia Dan Forester (Chris Pratt), com sua família em uma festa vendo TV. Mas subitamente surgem soldados de 30 anos no futuro, pedindo ajuda para todas a população do passado lutar em uma guerra que praticamente exterminou a população mundial. Convocado para lutar, Dan precisa usar suas habilidades de ex-Boina Verde para sobreviver e retornar para sua esposa e filha.
Piloto Automático
Com uma trama simples de ser entendida, o principal problema do filme está em sua execução. Tudo parece corrido para levar o espectador para as cenas de ação, que deveriam ser inspiradas e empolgantes, para te manter tenso e temer por Forester e o grupo formado pelas outras pessoas que, diferente dele, não possuem nenhuma experiência militar. A primeira cena de ação constrói esse clima muito bem, mas apenas pela revelação inicial das criaturas. Depois se torna um espetáculo de berros e (fracas) tentativas de assustar.
Depois o roteiro de Zach Dean decide por seguir os exatos clichês dos filmes de viagem no tempo, com os costumeiros encontros com parentes futuros e Dan tendo um vislumbre de sua vida no melhor estilo “Um Conto de Natal”. O problema é que não há nenhum mínimo indício dos fatos no presente em que somos apresentados ao personagem, como um pai de família e marido amoroso. Logo, quando tudo que acontecerá lhe é dito, soa vazio e falso, feito apenas para gerar uma emoção ao personagem do passado quando ele for confrontado por erros que ainda nem cometeu. Para finalizar, as súbitas soluções para fazer o roteiro andar, como a explicação para a origem dos alienígenas.
Mas “A Guerra do Amanhã” perde a oportunidade de discutir os traumas e questões que viajar no tempo apresentam, principalmente por viajar para o futuro e depois retornar, focando apenas na guerra em si. Ele nem se permite falar das questões sócio-políticas pelas organizações exigirem da nossa sociedade que defenda uma outra época, ou tópicos similares. Tudo se torna exposição, e como exposição má entregue, é descartável.
Vale a Pena?
O longa, disponível no Prime Video, acaba caindo no esquecimento. Não diverte e nem empolga com a ação que promete em seus trailers, nem mesmo te prende pelo star power do elenco liderado por Chris Pratt, que também assina como produtor executivo.
A Guerra do Amanhã acaba por ser uma grande perda de tempo. E em um filme que te leva pro futuro, isso quer dizer alguma coisa.