Crítica: A Trilogia Rua do Medo

Crítica: A Trilogia Rua do Medo

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Chega a ser ironia ter um site que fala de filmes e séries e não saber nenhuma letra de todo embrólio que envolveu a adaptação da trilogia infanto-juvenil de R.L. Stine. Das mãos da Fox para a Disney, que desistiu de seguir com a produção, o projeto caiu como uma luva no formato e no público que a Netflix oferece. Se tornou um hit instantâneo.

Como são 3 filmes, até mesmo para acompanhar o formato de lançamento dos filmes, que saíram com uma semana de diferença entre o anterior, decidi por fazer a crítica de cada um nesse mesmo texto, para facilitar a leitura e nossas impressões. O que ajuda muito em manter a história viva no imaginário dos fãs que esperavam tanto e dos curiosos que decidiram dar play em um filme diferente no catálogo.

O terror adolescente não é novidade no cinema mas a trilogia se beneficia por, a cada filme, prestar uma homenagem a um estilo diferente, e assim não só agradar o publico jovem, mas também quem aprecia um bom filme de terror. Mas, mesmo com os clichês esperados (é um filme de adolescentes, o que você esperava?), vale a conferida.

Vamos começar?

Rua do Medo – 1994: Parte 1

Na primeira parte somos apresentados às duas cidades, Shadyside e Sunnyvale. Com uma rivalidade secular, a primeira ganhou uma péssima fama por ser o lar de assassinatos e crimes entre jovens ao longo de anos e anos. Até que o ciclo volta a se repetir, mas dessa vez um grupo de jovens suspeita que tudo possa estar relacionado à maldição de uma bruxa do séc. 17.

Aqui, fica claro a influência de clássicos do gênero, principalmente Pânico, já que a diretora da trilogia, Leigh Janiak, dirigiu alguns episódios da série baseada no filme de Wes Craven. Mas a principal força do filme vai para o seu grupo principal, onde a diretora aproveita para quebrar antigos clichês estabelecidos por tantos filmes do gênero, principalmente no que se atribui às motivações da mocinha pelo seu interesse romântico e seu irmão que, em filmes da época, com certeza estaria entre as vítimas. Aqui, a diretora não lhe dá só destaque em ser o responsável por elucidar os mistérios da trama, mas também é bem trabalhado com um par e romance.

É claro que o filme não escapa aos seus clichês, principalmente por causa do gênero, mas é compreensível, já que o longa tinha duas tarefas: ele tinha que agradar por si só, com o mistério e as mortes, se colocando claramente como um slasher, para atrair fãs e (principalmente) um público novo, e deixar mistérios o suficientes para trazer todos para os próximos dois filmes. A Parte 1 cumpre minimamente com ambas.

Com um plot twist final, o palco está preparado para o próximo filme.

Rua do Medo – 1978: Parte 2

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Agora somos transportados para o verão de 1978, último ataque que causou uma série de mortes antes dos acontecimentos do filme anterior. Conhecemos as irmãs Ziggy (Sadie Sink) e Cindy (Emily Rudd) Berman, durante o acampamento Nightwing, que junta crianças das duas cidades rivais. Rivalidade essa que transparece entre os jovens, seja na forma de violência, ou na forma de amores proibidos, no melhor estilo Romeu e Julieta. Até que os misteriosos assassinatos começam entre os jovens no meio da noite.

Como o longa não possui tantas liberdades na história (ele precisa preparar campo para o último filme e ainda guardar alguns plot twists para si), a Parte 2 cai de cabeça no campo da homenagem. O clima do acampamento, e logo seus assassinatos (aqui muito mais violentos do que o primeiro) é total Sexta-Feira 13. Até mesmo os clichês de sexo e drogas.

Algo que me incomodou aqui foi o uso da música incidental. Uso até em demasia, pois tocava algum hit da época a cada cena nova, tirando o clima do filme e tornando-o algo muito mais comercial. O maior destaque fica pela história das irmãs, principalmente a atuação de Sink, e a surpresa no final.

Mas mesmo com os clichês e a música que aparece mais que o filme, este acaba se tornando dos 3 o filme mais divertido. As mortes são criativas e muito gráficas, vale a conferida.

Agora, com tudo revelado, estamos prontos para finalizar o mistério de Sarah Fier.

Rua do Medo – 1666: Parte 3

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Somos jogados mais para o passado, quando conhecemos Sarah, uma jovem que vive nesse vilarejo do séc. 17 onde todos obedecem os costumes tradicionais. Até que é jogada no meio de uma falsa acusação e mortes começam a acontecer. Ao mesmo tempo, em 1994, o mistério se elucida e Deena e Josh tem a chance de acabar com a maldição de uma vez por todas.

Aqui mora um grande problema, por que Rua do Medo – 1666: Parte 3 são dois filmes dentro de um. Ele precisa nos elucidar o que realmente aconteceu a Sarah Fier, e a origem do que viria a se tornar a maldição que assombraria a cidade de Shadyside pelos séculos à frente, e finalizar os eventos iniciados no primeiro filme.

O que deixa toda a narrativa meio confusa e com soluções por muitas vezes infantis para os problemas que o grupo enfrenta, mesmo tudo sendo bem dirigido por Janiak. As partes do passado fazem homenagens aos antigos filmes estilo As Bruxas de Salem (talvez seja melhor citar A Bruxa, da Anya Taylor Joy. Mas não é tão pesado assim). E quando volta para 94, rende alguns momentos de ação e algumas boas piadas, proporcionadas principalmente por Martin (Darrell Britt-Gibson)

Apesar de ser, de longe, o mais fraco da trilogia (o problema dos terceiros filmes), a Parte 3 encerra o que se propõe de forma satisfatória. Se a proposta é trazer um novo público para o gênero, a trilogia Rua do Medo se torna uma ótima porta de entrada, principalmente por estar disponível em uma plataforma tão acessível quanto a Netflix.

Para os já cascudos, mesmo com os clichês, vale conferir como um ótimo passatempo.

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