Crítica: Divertida Mente
Galera mais uma crítica da nossa colaboradora Ingrid Reis, divirtam-se !
Um filme para toda a família se encantar e se divertir, Divertida Mente possui uma história envolvente que sabe instigar nossos sentimentos e explora muito bem as situações vividas por Riley e sua família. A animação é a nova produção da Disney/Pixar, e te convida a conhecer as emoções que controlam a cabeça de Riley, uma menina de 11 anos. Aos poucos entendemos como as mudanças na vida da garota afetam a relação com suas emoções, seus sentimentos e memórias, em um cenário bem colorido e diversão garantida. O filme deixa aquele gostinho de “quero mais” em quem o assiste.
Crescer pode ser uma jornada turbulenta, e com Riley não é diferente. Ela é retirada de sua vida no meio-oeste americano quando seu pai arruma um novo emprego em São Francisco. Como todos nós, Riley é guiada pelas emoções – Alegria (Amy Poehler/Miá Mello), Medo (Bill Hader/Otaviano Costa), Raiva (Lewis Black/Léo Jaime), Nojinho (Mindy Kailing/Dani Calabresa) e Tristeza (Phillys Smith/Katiuscia Canoro). As emoções vivem no centro de controle na mente de Riley, onde a ajudam com conselhos em sua vida cotidiana. Quando a menina se muda para São Francisco, as emoções se esforçam para se adaptar à nova vida e uma agitação surge na sala de controle. As emoções entram em conflito sobre qual a melhor maneira de viver em uma nova cidade, casa e escola.
A produção constrói com maestria a história, de forma que a trama não fique densa demais, oferecendo uma mistura de diversão e aventura. É impossível não se encantar ou se identificar com as emoções representadas na cabeça da menina. As piadas funcionam perfeitamente e deixam espaço para a reflexão central do filme: o desenvolvimento da personalidade e amadurecimento do ser humano.
O roteiro de Divertida Mente é muito bom, o ponto mais forte é justamente a facilidade e sabedoria com que se conta uma história com um tema tão complexo. Os roteiristas Peter Docter, Me LeFauve e Josh Cooley conseguem explicar de forma simples e divertida como cada uma das emoções participam da construção da personalidade de cada pessoa, mostrando que tudo amadurece junto, o indivíduo e suas emoções. A principal característica dessa nova animação da Disney é justamente a delicadeza com que se trata um tema tão sensível para os adultos e tão complexo para as crianças.
O filme começa com a narração de Alegria, a primeira emoção a aparecer na sala de comando da mente de Riley, assim que a menina nasce. Após algum tempo surgem o Medo, a Raiva, a Nojinho e a Tristeza, e aos poucos o público descobre qual o propósito deles no desenvolvimento da garota. A forma como a mente humana funciona é muito bem ilustrada, é incrível a percepção que se tem sobre o modo como a nossa personalidade é moldada. Cada memória de Riley vai para um lugar, representada por uma esfera colorida, que corresponde à emoção predominante naquele momento em que foi criada.
A dublagem está de parabéns, para aqueles que estão com medo de assistir a nova produção e reconhecer algumas vozes e ver um trabalho mal feito, fiquem tranquilos. O trabalho dos dubladores brasileiros não deixa nada a desejar, muito pelo contrário, demonstram grande competência. É impossível não rir da, quase depressiva, Tristeza ou da fabulosa Nojinho.
Divertida Mente vai conquistar a atenção e o carinho da maioria dos adultos, mesmo que seja um filme para crianças, o filme irá trazer vários momentos de reflexão. Vale a apena conferir essa animação no cinema. Ria, chore e se divirta!
Inside Out, EUA, 2015 – 94 min;
Elenco: Com as vozes originais de Amy Poehler, Bill Hader, Phillys Smith, Lewis Black, Mindy Kailing;
Direção: Pete Docter.