Hollywood não tinha mais pra onde correr e voltou os seus olhos famintos por lucro para os livros infanto-juvenis, e foram tantos que ao longo do tempo foram chegando às telonas. Mas é muito bom quando vamos ao cinema esperando ver algo genérico e descartável (e não estou dizendo que isso é ruim, apenas que é mais do mesmo) e somos completamente instigados por um enredo intrigante e de fácil entendimento. Esperando ver algo tipo “Eragon”, fiquei mais do que satisfeito com o resultado.
O filme, e as dúvidas. surgem tão subitamente para nós quanto para Thomas (Dylan O’Brian), que ao acordar se vê no meio de uma comunidade de garotos que vivem em um ambiente fechado. A única forma de sair está nas fronteiras dessa comunidade, onde precisam atravessar um misterioso e perigoso labirinto. Enquanto Thomas vai conhecendo os outros garotos, vai se esforçando para reaver a sua memória, e quando subitamente uma garota surge com um recado, Thomas percebe que tudo está para mudar.
De cara gostei do clima de mistério que o diretor Wes Ball passou no filme, logo de cara colocando o espectador na mesma condição que o personagem principal, então vamos junto com ele descobrindo os fatos relevantes e montado o quebra-cabeça, aproveitando o claro desejo do personagem de descobrir mais sobre aquele labirinto e quem os colocou em tais condições, indo contra os garotos mais “conservadores”, que querem que tudo permaneça como está . Impossível não comparar a obra de James Dashner à “O Senhor das Moscas”, onde um monte de garotos sobreviventes se organizam num tipo de sociedade.
As cenas do labirinto também tem uma tensão muito boa, muita correria e a fotografia escura com a trilha dá um excelente tom de urgência. Não espere atuações dignas de Oscars mas estão boas o suficiente para te manter atento ao filme. O’Brian não deixa a peteca cair e consegue segurar bem as rédeas como o principal e, se destacando, Will Poulter manda muito bem no papel de Gally, que não é colocado como um vilão, apenas como um rapaz com medo das mudanças.
Então sim, Maze Runner vale muito o ingresso, foi uma grata surpresa ver um filme com tamanha aventura. Só desaprovei o final, que deixa claro que há mais para vir, mesmo eu não imaginando o que virá desse “mais”. Pra mim o filme ganharia mais se fosse fechado, já que a própria história amarra todos os pontos soltos, de modo até bastante didático. Mas não deixe as minhas frustrações lhe impedir de ir ver um bom filme, e que venha o segundo.
The Maze Runner, EUA, 2014 – 113 min.
Elenco: Dylan O’Brian, Kara Scoledario, Ki Hong Lee, Will Poulter, Aml Amee, Blake Cooper, Thomas Brodie-Sangster;
Direção: Wes Ball.
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