É muito legal quando um ator que já faz um personagem há tanto tempo resolve fugir um pouco dele para tentar outras coisas. Acho que a profissão pede isso afinal, e já estava mais que na hora de Robert Downey Jr. sair um pouco da figura de super-herói. E nada como um drama familiar para fugir das aventuras do Homem de Ferro. Downey Jr. não poderia ter feito escolha melhor.
Em o Juiz, vemos a vida do advogado Hank Palmer (Downey Jr.), já bastante complicada pelo divórcio com a esposa, virar de cabeça para baixo quando sua mãe morre e ele é obrigado a voltar para sua cidade natal, tendo que lidar com seus dois irmãos e seu pai, o juiz da cidade, com o qual tem um péssimo relacionamento. E, como besteira pouca é bobagem, seu pai se torna suspeito de um assassinato e Hank precisa provar a sua inocência, descobrindo no processo segredos de família ao mesmo tempo que tenta se reconectar com seus irmãos e resolver assuntos pendentes que deixou quando foi embora pela primeira vez.
O filme primeiro me chamou a atenção porque fazia tempo que não via um filme de tribunal, algo numa pegada dos anos 90 meio Tempo de Matar e O Cliente, mas esse artifício é aqui usado para realçar as semelhanças entre pai e filho, com direito a momento terapia em família e tudo. O elenco também te ganha muito fácil, Downey Jr. tem o filme praticamente só seu e faz jus ao cargo, trabalho excelente do ator, como sempre. E Robert Duvall faz o firme pai de família, nada piegas, e extremamente coerente com o que é mostrado do personagem em todo o momento. Personagens coadjuvantes também se saem bem, mas é visível que foram diminuídos para dar mais espaço a relação entre pai e Hank. Queria ter visto mais de Vincent D’Onofrio (que já tá entrando no físico de Rei do Crime para a série do Demolidor) e Vera Farmiga, mas o que é mostrado já dá uma ideia geral de seus personagens.
O diretor David Dobkin consegue equilibrar bem o drama, sem deixar cair no meloso água com açúcar. Isso muito por causa do eterno senso de humor irônico de Downey Jr. O Juiz é um drama que nos mostra que não há segredo que se esconda por muito tempo, e que não há nada mais forte do que o amor de um pai por um filho, e vice-versa (Só um sabre-de-luz. Porque não há nada mais forte que um sabre-de-luz. Foi mal, eu tinha que quebrar esse final meloso).
The Judge, EUA, 2014 – 141 min.
Elenco: Robert Downey Jr., Robert Duvall, Vincent D’Onofrio, Vera Farmiga, Billy Bob Thornton.
Direção: David Dobkin.
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