Ele é Demais! – Review
Não é novidade que a Netflix faz filmes baseado em seus algoritmos e na preferência do público. E uma moda que já toma Hollywood por completo são os remakes de filmes que fizeram sucesso, apresentando-os para um novo público ou simplesmente esperando fazer o mesmo sucesso com o público cativo quanto sua matéria fonte. Ele é Demais!, o novo filme da Netflix, é claramente uma união desses dois mundos. Muitas das vezes essa união não dá certo. Aqui, felizmente, deu.
Baseado no sucesso da garotada de 1999, o filme mostra Padget Sawyer (Addison Rae), uma influenciadora de sucesso e extremamente popular na sua escola, que sofre um incrível baque em sua vida (e nos seus seguidores) ao descobrir, durante uma live, que era traída pelo namorado, um famoso cantor pop. Ainda com raiva da situação, Padget faz uma aposta com as amigas: fazer do menino que parece ser o maior caso perdido um lindo rei do baile de formatura.
O escolhido para passar pelo makeover é Cameron (Tanner Buchannan, o Robbie de Cobra Kai), garoto extremamente antissocial que possui alma de artista e fortes ideais. Quanto mais tempo passam juntos, mas Padget e Cameron vão se conhecendo e se apaixonando.
A nova versão não tem nada de original, apenas inverteu os gêneros. Até mesmo os arquétipos apresentados no antigo filme estão aqui, apenas adequados aos novos personagens. No primeiro, Laney (Rachel Leigh Cook, que retorna aqui como a mãe de Padget, mas sem nenhuma relação com o filme anterior. É apenas uma homenagem e a uma piscadinha para quem assistiu o longa teen) era uma pintora. Aqui, Cameron gosta de fotografias.
Mesmo assim, o filme agrada pelos nomes cativantes do elenco em uma trama simples, bem dirigida por Mark Waters, que imprimi a mesma pegada de seu outro sucesso anterior entre adolescentes, Meninas Malvadas. Pena só não ter personagens tão legais quanto a Regina George, mas os jovens daqui não deixam a peteca cair.
O filme é, visivelmente, voltado para o público adolescente dessa geração, aproveitando para debater questões como Redes Sociais, bullying, homossexualidade e o fato de deixar a vida passar enquanto somente olha pra tela do celular. Mas tudo a favor da trama, não aprofundando demais para levantar uma bandeira que poderia torná-lo chato e pregatório. O lado bom é que tudo isso é apresentado de forma orgânica e natural.
Ele é Demais está longe de ser o filme perfeito, ele é bastante óbvio em suas resoluções. Mas sua vitória está em não ter uma trama que ofende o espectador, seja ele público-alvo ou não, como outros filmes do próprio streaming o fazem (falei com você, A Barraca do Beijo).
Em uma época em que tudo já vem envelopado e mastigado para o espectador, um filme que se assume o que é e ainda consegue, mesmo que como uma diversão supérflua, prender sua atenção, já vale a pena de ser conferido.