Resenha: A Maldição da Chorona

Resenha: A Maldição da Chorona

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A onda hoje na indústria é “universo compartilhado”. Os estúdios querem fazer filmes que, direta ou indiretamente, conversem com outros filmes da sua propriedade, para que gere no público a vontade de correr atrás desses filmes, caçar essas pequenas pistas de ligação e ficar ansioso para que pistas futuras poderiam surgir. É o que a Universal pretendia fazer com seu Dark Universe (e falhou miseravelmente, não passou nem do primeiro filme). E foi o que a Warner tomou consciência que poderia fazer com os filmes Invocação do Mal. E agora chegamos nesse novo filme, que mostra mais uma lenda de fantasma. Mas falha em não apresentar nenhuma novidade e nem ser minimamente interessante como o filme anterior, A Freia.

Aqui conhecemos Anna (Linda Cardellini), assistente social e mãe de duas crianças que perdeu o marido policial recentemente e precisa lidar com sua nova condição. Até que ela é acionada no trabalho a lidar com um caso de uma mãe problemática (Patricia Velasquez) que está sendo acusada de maltratar seus filhos. Ao ignorar o aviso dela, Anna acaba inadvertidamente colocando seus filhos em perigo devido à um antigo espírito maligno que caça crianças. Sua única esperança é um padre (Raymond Cruz) desiludido da batina que se tornou um curandeiro que atua na fronteira entre a fé e a mística.

Infelizmente os próprios filmes da franquia já estavam começando a se tornar um parque de diversões para sustos, cada um tentando se tonar mais inventivo que o outro para manter a atenção do público mas aqui, mesmo com o uso de toda uma nova cultura (já que a Chorona é uma lenda do folclore mexicano), o filme falha nesse quesito. Não por falta de tentativa, mas por simplesmente não conseguir atingir um ponto de real tensão na maior parte dos momentos, nem com seus truques de câmera ou bater de portas e ranger de assoalhos. Tudo soa repetitivo.

As atuações também não contribuem para criar essa atmosfera, tudo soa bastante superficial. E o roteiro não se decide quem colocar como personagem principal. Uma hora é a mãe com dificuldades de retomar à vida após a perda do marido e outra é o ex-padre tentando solucionar o mistério. E outra coisa também, eu entendo que crianças ficam consternadas sob certas situações, ou com vergonha, mas vamos aprender à conversar para resolver problemas. 10 minutos de conversa e esse filme teria uns 30 minutos à menos, problema que também atrapalha, tudo demora para acontecer.

Por mais que seja uma iniciativa legal de se criar esse universo de histórias de terror, A Maldição da Chorona foi a primeira bola fora, mesmo com seus pequenos easter eggs ligando-o aos filmes. A Freia, que é relativamente fraco, ganha por ser tenso e bem dirigido pelo menos. Aqui só vemos uma repetição de tudo de bom que foi usado nos filmes anteriores e com soluções rasteiras. Uma pena, pois se podem aproveitar histórias de outras culturas para criar o seu universo, gostaria de ver quem sabe um “O Mistéio do Chupa Cabra” fazendo parte dessas histórias.

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