Resenha: Cisne Negro
Sempre tive vontade de ver um filme do Darren Aronofsky, principalmente depois que foi confirmado que Wolverine 2 teria sua batuta (pena que babou). Tentei ver A Fonte da Vida por dois motivos: gostei da história e tenho uma queda pela Rachel Weisz, mas nunca tive coragem. E basicamente, substituindo a Rachel Weisz pela Natalie Portman, foram esses mesmos motivos que me levaram a assistir Cisne Negro.
Aronofsky explora aqui o limite da perfeição e da loucura enquanto acompanhamos a ascensão de Nina Sayers (Portman, numa versão de saia de Edward Norton em Clube da Luta) à bailarina principal da sua companhia, visto que a antiga bailarina (Wynona Ryder, pra mim irreconhecível) foi gentilmente “convidada a se aposentar”(leia-se tomou um pé-na-bunda). E para seu novo trabalho, o diretor da companhia (Vincent Cassel) decide fazer uma versão mais crua de “O Lago dos Cisnes” e aí começa a piração de Nina, não para representar a dança inocente e quase virginal do Cisne Branco, mas para a dança sedutora e apaixonada do Cisne Negro.
De modo perfeito e extremamente interessante, Aronofsky traça um paralelo dessa busca à perfeição do Cisne Negro de Nina com o próprio enredo do Balé dos Cisnes, e como reféns do ponto de vista de Nina vemos ao passar de cada cena Portman mostrar a sanidade de sua personagem sendo afetada com a proximidade da estreia, enquanto também é pressionada por sua mãe (Barbara Hershey) e pela ideia de que uma garota da companhia (Mila Kunis) quer tomar seu posto.
Assim, Aronofsky nos traz um concorrente ao Oscar com uma dose de suspense e erotismo bastante atípico das habituais escolhas à premiação, mais um motivo pra conferir este suspense psicológico que vai te prender na poltrona.