Resenha: Homem-Formiga (O Lado Bom)
Não é sempre que nós concordamos aqui no Cinema em Série. Como em qualquer grupo de amigos, tem sempre aquele que vai adorar um filme e outro que vai odiar. Claro que foi uma grande surpresa perceber que Homem-Formiga, um filme que ninguém dava nada, gerou opiniões tão diferentes. E digo logo, eu estou no time que gostou bastante do novo longa do Marvel Studios.
Assim como aconteceu com o segundo Capitão América, e por que não, com Guardiões da Galáxia, a Marvel tentou explorar um gênero diferente em Homem-Formiga, pegando a estrutura dos filmes de assalto e acrescentando elementos do seu mundo povoado por super-heróis. É claro que a fórmula básica de humor e ação ainda está presente – afinal, ela é uma marca do estúdio desde o primeiro Homem de Ferro e continuará sendo por muito tempo -, mas o filme consegue mostrar algo novo ao público graças a essa pegada “Onze Homens e um Segredo”.
Na trama, Scott Lang (Paul Rudd) é um sujeito que tenta retomar a vida depois de deixar a prisão, mas encontra dificuldade em manter um emprego que possa garantir o pagamento da pensão para sua filha Cassie. Sem muitas alternativas, ele acaba aceitando praticar um último roubo que o coloca no caminho de Hank Pym (Michael Douglas), um cientista que tem outros planos para Scott.
Para começar, que grande escolha foi o nome de Paul Rudd para viver o herói pouco conhecido do público! Ele tem carisma, se não no mesmo nível de um Robert Downey Jr., ao menos no nível do Senhor das Estrelas Chris Pratt. Não precisa de muito tempo para você gostar do seu Scott Lang e comprar a ideia de que ele é um sujeito legal, ainda que seja um ladrão. E falando em ladrão legal, quem também está muito bem no filme é Michael Peña, que rouba a cena (olha o trocadilho aí) toda vez que aparece como Luis, um dos parceiros de Lang.
De resto, todo o elenco está ok e segura bem as pontas. Michael Douglas não se esforça muito no seu Hank Pym, mas também não é muito exigido; Evangeline Lilly consegue fazer da Hope uma personagem interessante e o roteiro ajuda bastante ao dar a ela mais do que um par romântico para o herói; e até Corey Stoll, que faz o vilão Darren Cross, vai bem no papel, apesar de sofrer com o fato do personagem ser muito genérico. E esta talvez seja a única coisa que realmente me incomodou no filme: o vilão. Darren Cross tem suas motivações para ser como é, e elas são diretamente ligadas a sua relação com seu mentor, Pym. Mas em certo ponto, parece que o roteiro não fica satisfeito com a explicação e resolve acrescentar o clássico “mexer com a fórmula te deixa louco”. E sinceramente, não precisava.
Tirando esse ponto, de resto o filme acerta bastante. As piadas são pontuais, e se não chegam a ser engraçadas como em Guardiões da Galáxia, ao menos divertem. As sequências de ação, que aproveitam muito a mudança de escala do personagem, são uma novidade bem vinda no universo cinematográfico da Marvel. Universo este que está lá em todos os lugares, mas não é jogado na sua cara de maneira forçada. O que é mostrado no filme serve à história, e a presença de um dos Vingadores garante uma das melhores cenas do filme. Sim, uma das melhores. Porque a melhor mesmo fica para a luta final, que acontece num lugar totalmente inusitado e, na minha opinião (que não deve valer muito), é a mais interessante de todos os filmes da Marvel até agora.
Mas e aí, vale a pena conferir? É isso que você quer saber, não é? Bom, Homem-Formiga é um filme que, assim como seu protagonista, tem uma escala menor. Apesar do mundo estar sendo ameaçado, o cenário é de proporções bem menores do que uma aventura dos Vingadores. A história é simples e todos os personagens são aproveitados em algum ponto, da equipe de apoio do Scott até o marido de sua ex-mulher. No fim, é um filme divertido e honesto, e não tenta ser mais do que isso. Não espere sair dizendo coisas como “esse é o filme da minha vida” ou “que épico”. Com isso em mente, vá ao cinema porque vale a pipoca com toda certeza!
Ah, e fique até depois dos créditos porque tem 2 cenas (uma no meio e outra no final). E sério, vale realmente ficar. Isso se você estiver ansioso por Capitão América 3: Guerra Civil.