Resenha: Honor Society
Novo filme da Paramount conta uma boa história mas conta com uma técnica exagerada
A Paramount Pictures está investindo cada vez mais em produções voltadas para sua plataforma de streaming, o Paramount+. Entre elas estão a nova comédia, Honor Society, que estreia hoje (16/08) na América Latina.
O filme acompanha a ambiciosa veterana do ensino médio, Honor, que tem apenas um único objetivo de entrar em uma faculdade da Ivy League, esperando ganhar a cobiçada recomendação de seu orientador, Sr. Calvin (Christopher Mintz-Plasse, de “Kick-Ass 2″). Para isso, ela está disposta a fazer o que for preciso e inventa um plano maquiavélico para derrubar três alunos, que são seus principais concorrentes. Mas as coisas mudam quando ela inesperadamente se apaixona por seu maior rival, Michael .
Roteiro simples, mas abusando em recursos
A história é interessante, mesmo com um roteiro comum, consegue construir os personagens e o contexto de uma forma bem didática. O problema é que, em alguns momentos, essa didática começa a ficar cansativa, pois conta com a explicação da protagonista para tudo. Enquanto em “Honor Society” o roteiro de David A. Goodman – que é roteirista de séries como “Star Trek: Enterprise“ – explica situações que estão na nossa cara (quase gritando “você é burro, por isso estou te explicando”), outros filmes adolescentes como “Curtindo a Vida Adoidado” (1986) e “Enola Holmes” (2020) possuem narrações mas não ficam cansativos ou arrogantes.
A todo momento, tanto o roteiro quanto a montagem se apegam à narrativa com a quebra da quarta parede, que é um excelente estilo, porém toma isso como um pilar muito forte e se torna cansativo. Um exemplo que como essa narrativa foi muito bem utilizada é com a série “Fleabag” (2016) ficou muito conhecida pela qualidade de produção, roteiro e técnica da sua criadora Phoebe Waller-Bridge, nesse caso o sucesso com a narrativa vem pelo equilíbrio. Em Fleabag não temos o exagero no uso da técnica como há em “Honor Society”, onde o recurso da quarta parede é utilizado como muleta e o exagero que estraga tudo.
A atuação de Angourie Rice (que fez “Dois Caras Legais” e “Homem-Aranha”) consegue equilibrar esse excesso, mas não é capaz de salvá-lo. O elenco conta com talentosos nomes, incluindo o astro de “Stranger Things” (2016), Gaten Matarazzo. Eles entregam o melhor possível dentro das situações apresentadas na história.
Entretenimento simples
Como o todo o filme não é ruim, ao contrário tinha tudo para dar certo, mas é cansativo. A história em si é legal e merece receber uma chance do espectador, em alguns momentos ela pode ser engraçada e fofa, sendo o filme perfeito para descansar a cabeça (já que você não precisa pensar, pois estará tudo mastigado na sua tela). Essa produção é um bom lembrete de que até mesma uma boa técnica quando utilizada de uma forma incorreta ou em overdose, pode prejudicar a obra como um todo.
O longa-metragem está disponível com exclusividade no serviço premium de streaming Paramount+.