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Resenha: No Limite do Amanhã

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Embora Tom Cruise seja sempre um chamariz pra cinema, estava meio preocupado à respeito de No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow) por conta da direção de Doug Liman. Gostei muito do seu trabalho em A Identidade Bourne, mas os problemas foram os seus trabalhos seguintes: o sem conteúdo Jumper e o gratuito Sr. e Sra. Smith (tá, podem me crucificar, mas odeio esse filme). Poderia então uma adaptação de um mangá fantasioso trazer a boa mão de Liman de volta?

No filme, conhecemos o major William “Bill” Cage (Cruise), assessor de imprensa das Forças que tentam deter uma invasão alienígena ao nosso planetinha azul. Ao desobedecer uma ordem direta de seu superior (Brendan Gleeson), Cage, que nunca teve nenhuma espécie de treinamento em combate, é mandado para uma base às vésperas de um ataque definitivo contra as forças invasoras, o que todos tomam como uma missão suicida. É claro que Cage morre em combate. Mas ao morrer, ele descobre que voltou ao dia em que chegou a base militar, às vésperas da invasão e descobre que cada vez que morre, volta para esse mesmo momento, de novo e de novo. Então, Cage se junta à guerreira Rita Vrataski (Emily Blunt) e vai descobrindo sobre sua nova habilidade e a verdade sobre o inimigo que enfrentam.

Com uma premissa dessa pode ser muito fácil do filme se tornar repetitivo, mas não é o que acontece aqui. A cada morte de Cage, Liman não perde tempo nos mostrando tudo que já sabemos, e parte ao que interessa, usando muito bem a edição. Cruise faz o trabalho habitual de sempre, o que não é uma falha, mas não chega a ser um elogio. Ele até chega a convencer como o medroso que nunca pegou em uma arma e nem se imaginou no campo de batalha, mas com o passar do filme vai se tornando aquele “Ethan Hunt” que já estamos acostumados a ver. Pro propósito do filme, funciona. Blunt está malhada e faz uma boa atuação, e manda bem na ação, até com as cenas dela com aquela espada estilão “animação japonesa”, já que a própria fita é baseada num mangá (quadrinho japonês).

Mas a ação é muito prejudicada pela fotografia em dois momentos. Na cena da praia, como tem muitos personagens e toda a confusão de armaduras, não fica uma coisa legal como O Resgate do Soldado Ryan, e acaba ficando mais parecido com um Transformers (talvez não tão confuso). E a sequência final é prejudicada por se passar de noite, tudo no escuro, mal dá pra se ver o que está acontecendo.

Contudo, No Limite do Amanhã é um filme que VALE A PENA. Não é a sétima maravilha do mundo e nem vai mudar a sua noção de vida ou de filmes, mas é ótimo pra se distrair e cumpre seu papel no que diz respeito à diversão. Só pecou pelo final que pra mim foi super mal explicado. Ainda acho que o diretor Doug Liman pode fazer um filme melhor, mas pelo menos esse passou longe dos filmes citados lá no primeiro parágrafo, e isso já é um alívio.

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Beto Menezes

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