Resenha: O Preço do Amanhã
Imagine que a partir dos 25 anos não envelhecemos mais e o tempo passa a ser tudo o que temos. Ele passa a ser a nossa moeda corrente, não só para pagar o aluguel ou tomar uma cerveja, mas também para viver. Podemos viver para sempre, desde que possamos pagar pelo tempo. Desde que li esta premissa de O Preço do Amanhã (In Time), fiquei curioso pra ver esse conceito sendo aplicado e como uma sociedade funcionaria sob tal conceito.
No filme, a sociedade funciona exatamente como a nossa, com o rico cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre. Vemos estas disparidades através dos olhos de Will Sallas (Justin Timberlake), jovem de um distrito pobre que, como a maioria da população mundial, sobrevive com os poucos minutos que lhe restam. Depois de salvar um desconhecido (Matt Boomer em ponta de luxo) e saber sobre como funciona a hierarquia do mundo dos ricos, e perder sua mãe (Olivia Wilde, outra ponta de luxo) devido a essa hierarquia, ele decide lutar contra o sistema.
O interessante do filme é que como é o tempo rege tudo, frases como “estou ficando sem tempo” ou “tenho todo o tempo do mundo” passam a ser cruciais aqui. E enquanto vamos conhecendo como o mundo daqueles que “tem tempo” funciona, vemos Will iniciar sua cruzada ao estilo Robin Hood em favor daqueles que não tem tanto tempo assim. Para ajudá-lo tem a garota rica (Amanda Seyfried) que fica indignada com as disparidades sociais mas não tem a menor ideia de como a vida dos pobres funciona.
O elenco está muito bem e as questões sociais abordadas no filme são acertos bem legais. Mas a fita também dá as suas bolas foras, como por exemplo não explicar muito bem o passado de Will e o fato do seu pai ter morrido tentando mudar o status quo. No geral, são detalhes na longa estrada que apesar de incomodarem, não chegam a ser um estrago completo. O Preço do Amanhã é divertido e até te faz pensar o que fazemos com o nosso tempo e como o desperdiçamos. Afinal, time is money!