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Resenha: Tomorrowland

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Se tem uma coisa que a Disney já nos ensinou sobre o seu criador é que ele sempre foi um visionário, um homem que pensava à frente do seu tempo. E foi basicamente esse espírito que fundamentou a criação do seu parque e a famosa canção “There’s a small world after all (Há um mundo bem melhor)”. As animações da Disney já nos mostraram como seria viver nesse mundo melhor, mas nenhuma a faz de modo tão prático e direto como Tomorrowland.

No filme Casey Newton (Britt Robertson), uma adolescente que desde criança nutre uma natural curiosidade sobre ciência, misteriosamente recebe um broche que a transporta para um lugar onde tudo é possível, mas somente ela vê tal lugar. Curiosa para descobrir mais sobre esse misterioso lugar, ela parte para encontrar Frank Walker (George Clooney), um ex-inventor que viveu lá na infância e é o único que sabe como ir para lá.

O princípio de Tomorrowland é algo bem simples, mas as inúmeras mensagens geradas por esse princípio, não. Se todos os gênios do mundo fossem, de fato, mudar o mundo, como ele seria ? O que eles fariam ? Qual seriam as possibilidades ? O filme é recheado de referências a Einstein e Nicholas Tesla, tecnologia do futuro, e o diretor Brad Bird nos traz uma grande aventura que vende uma mensagem de esperança de um futuro melhor mas sem nunca cair na pieguice ou parecer alguma propaganda de Green Piece ou algo do gênero. O filme sempre coloca que nós, a raça humana, somos a principal causa de tudo que nos aconteceu, e ao mesmo tempo nós somos os únicos que podemos impedir tudo que pode vir a acontecer. Um discurso muito mais universal do que o apresentado em A Família do Futuro por exemplo (uma ótima animação, se você não viu).

O filme mostra em seus personagens esses lados. Frank e Casey traziam a esperança que as crianças vêem em tudo, mas Frank se torna um adulto cheio de amarguras e cinismo, coisa que acontece com a maioria de nós quando nos tornamos mais velhos. Com Casey não acontece pois ela ainda se mostra muito jovem, mas o filme deixa claro que ela é uma adolescente atípica (a cena da sala de aula mostra isso muito bem). E o ponto que mais me chamou a atenção no filme é que, apesar de Hugh Laurie personificar o vilão, ele está muito mais para um contra ponto do que um vilão no senso comum da palavra. Tanto Laurie quanto Clooney, em certo ponto do filme, apresentam o mesmo ponto de vista, aqueles que desistiram da humanidade e acham que nós merecemos todas as calamidades que o mundo sofre, e por consequência nós sofremos. A diferença é que lá no fundo Laurie representa muito mais o homem atual, e não entende como nós seguimos tal comportamento destrutivo. Seus diálogos são muito bons.

Mas apesar de todas as nossas imperfeições, o filme sempre deixa claro que nós ainda precisamos ter esperança de mudar. Esperança pra fazer as coisas acontecerem, de que tudo está nas nossas mãos e depende de nós. E isso pra mim não só faz valer a conferida, mas torna Tomorrowland um filme obrigatório e inspirador, daqueles que toda criança deveria ver na escola e que todo o adulto deve ver para se lembrar de nunca negar seu lado mais poderoso, a criatividade.

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Beto Menezes

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