Resenha: Triplo X – Reativado
Depois de provar o sucesso de Velozes e Furiosos, Vin Diesel volta ao papel de Xander Cage para reativar XXX ou Triplo X, franquia que ele ajudou a lançar em 2002, mas que perdeu muito com sua ausência na sequência de 2005. Agora, mais de dez anos depois, Diesel parece tão à vontade no personagem que é quase como se ele estivesse filmando suas férias, descansando entre uma aventura e outra de Dominic Toretto.
A trama de XXX – Reativado não foge muito do padrão “precisamos salvar o mundo recuperando uma arma que caiu em mãos erradas”, algo que já foi batido em tantos filmes de ação e espionagem, desde James Bond até Missão: Impossível. Mas esse não é ponto forte do filme, e os responsáveis por ele parecem saber muito bem disso, o que acaba sendo positivo. O foco e o esforço da produção são nas cenas de ação, exageradas num nível tão absurdo, mas tão absurdo, que fazem você rir. Acredite, mesmo nos seus melhores momentos, o agente britânico ou mesmo o Tio Cruise não conseguiriam fazer as peripécias que Xander Cage faz com o pé nas costas (quase literalmente).
À essa ação exagerada, some algumas atuações canastras e alguns diálogos um pouco mais inspirados aqui e ali, como as falas cheias de insinuação da personagem da atriz Nina Dobrev, que rendem uma cena engraçada no filme. De resto, quem merece destaque, talvez mais por uma questão pessoal, é o ator Donnie Yen. Quem o conhece de outras produções (você pode tê-lo visto no recente Rogue One, mas ele com certeza não te viu – desculpe a piada horrível), sabe que ele manda muito bem nas cenas de pancadaria envolvendo artes marciais, e aqui não é diferente. Não dá para entrar muito nos detalhes do seu personagem na trama sem spoilers, mas fica registrado o (meu) desejo de ver um filme da franquia XXX estrelado por ele. Sério, valeria muito.
Mas o que você deve estar querendo saber se vale mesmo é este XXX – Reativado. Pois bem, mais do que um filme de ação envolvendo esportes radicais, que até poderia ter sido a ideia lá no primeiro filme de 2002, este novo capítulo da franquia se aceitou como uma paródia desse gênero, da forma mais exagerada possível. Ele não finge que não vai insultar a sua inteligência, e por mais incrível que isso possa parecer, você acaba aceitando que ela seja insultada por algumas horas porque, no fim, é divertido. Se você abraçar a ideia de que o próprio filme não se leva a sério e deixar o senso de lógica em casa, vale assistir para rir um pouco.