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Resenha: Zumbilândia – Atire Duas Vezes

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Uma das comédias mais irreverentes de 2009, levou tempo até a Sony atender o clamor dos fãs e garantir que o elenco original, mesmo com a agora oscarizada Emma Stone, retornasse. Mas o charme do primeiro filme, de não se levar a sério e ser uma grande brincadeira dentro de um aterrorizante universo, funcionaria de uma segunda vez? Iríamos ter algo além da comédia para sustentar uma segunda aventura? Algo que aprofundasse os sentimentos daquele grupo diante um mundo tomado por zumbis? Não. E isso torna essa sequência ruim? Muito pelo contrário. A total falta de compromisso com qualquer uma das questões acima, aqui em Zumbilândia, é o completo charme do filme.

O grupo formado por Tallahasse (Woody Harrelson), Columbus (Jesse Eisemberg), Wichita (Stone) e Little Rock (Abigail Breslin) continuam passeando pelos Estados Unidos da Zumbilândia (inclusive com seus atos virando lenda urbana) até que a rotina transformou a vida de todos. Columbus e Wichita vivem uma vida de casal típico classe média e Tallahasse sufoca Little Rock em uma relação pai/filha. E, continuando o costume do primeiro filme, as meninas fogem novamente. Mas dessa vez Little Rock, cansada de ser tratada como criança, leva a ameaça a sério e se manda de vez, fazendo com que os outros três partam em busca da menina. Com súbitos encontros ao longo do caminho, eles não sabem é que há uma nova espécie de zumbi, mais rápida e resistente, que formou uma horda e cada vez mais se aproxima  do grupo.

Se a zoeira era o charme do primeiro filme, aqui ela é multiplicada. Mas não da forma como foi em Deadpool e na maioria das sequências de comédia. Tudo é usado mantendo a mesma estilosa linguagem visual do primeiro, de forma a complementar os pensamentos de Columbus que, novamente, é o fio condutor do longa. E tudo usado para maximizar as piadas e os ótimos diálogos do filme. Ótimo ritmo, ótimos diálogos e mais que isso: apesar de ele ser, estruturalmente, um filme igual ao primeiro, ele não é repetitivo.

Mas muito disso se deve, principalmente, pela força do elenco. A parceria Harrelson/Eisenberg funciona bastante, assim como a química Eisenberg/Stone e a nova dinâmica Talahasse/Little Rock, que é o que coloca as rodas do filme em movimento. E os personagens novos são ótimas atribuições ao filme, a patricinha Madison (Zoey Deutch, melhor adição do novo filme), o hippie Berkeley (Avia Jogia), a sexy Nevada (Rosario Dawson) e a dupla Albuquerque (Luke Wilson) e Flagstaff (Thomas Middleditch), uma clara piada do próprio filme com a relação de Tallahasse e Columbus que rende momentos hilários.

Assim como seu título sugere uma nova regra, Zumbilândia consegue com esse segundo tiro ser certeiro nas piadas, no ritmo e é engraçado, não se leva a sério e mantém o espírito do primeiro filme.

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Beto Menezes

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