Rodson: a viagem psicodélica
24ª Mostra de Cinema de Tiradentes
Se tem algo que o filme “Rodson ou (onde o sol não tem dó)” não é, é um filme convencional. Na verdade é exatamente o oposto de uma obra convencional. É uma história que mistura distopia, ficção cientifica, alienígenas, e critica social. Tudo isso é uma jornada psicodélica cheia de cores e luzes.
A jornada que o personagem Rodson faz durante o filme, junto com o seu companheiro de viagem, o robô Caleb é algo que que faz o expectador muitas vezes se questionar o que é aquilo que ele está vendo. São imagens estranhas, diálogos que parecem não ter tanto sentido, mas que faz parte daquela realidade desse mundo maluco em que existe um pastor politico influencer que faz vídeos contra os viciados em “cheirar cú”. Um mundo onde a policia militar na sua propaganda de recrutamento já expõe toda a corrupção e práticas agressivas para chamar a atenção dos novos aspirantes.
Todas essas situações não nos parece tão estranho, a não ser pela roupagem psicodélica que os diretores (Cleyton Xavier, Clara Chroma e Orlok Sombra) deram para a história. Vale lembrar que o filme foi inspirado em uma zine que foi produzida pelas mesmas pessoas que fizeram o filme, o que nos ajuda a entender um pouco tanto as criticas que vemos, quanto pela forma que decidiram fazer.
Há toda uma estética que mistura musica, vídeo games, filmes antigos e a tão conhecida e difundida jornada do herói. “Robson” vai até o limite do absurdo, da alucinação e do fantástico para fazer denuncias de situações que acontecem no nosso cotidiano e nem prestamos atenção por já considerarmos como algo normal.