Tenet: um paradoxo do mesmo
Christopher Nolan é um dos diretores mais cultuados nos últimos anos. Ele foi responsável por filmes que suscitaram diversas discussões, que vão desde a qualidade da obra, até questões mais complexas, como as relacionadas à física e espaço, entre outros assuntos.
Além disso, Nolan também é o responsável pela trilogia do Cavaleiro das Trevas, que não só é considerada por muitos como uma obra prima, como também, indiscutivelmente, influenciou os filmes de super-heróis. Sobretudo os da DC/Warner que vieram depois.
Nesse conturbado ano para o cinema e para todos que vivem na Terra, Nolan está novamente nas salas de cinema, agora com o seu mais novo filme “Tenet”. Que, mesmo contra todas as expectativas, estreou em circuito comercial em meio à pandemia que vivemos.
A história do filme é bem simples, mesmo tentando não aparentar isso. Um agente da CIA tem que localizar um armamento e tirar essa nova arma das mãos de um terrorista. O que descobrimos depois é que esse armamento é um aparelho tecnológico que consegue colocar as pessoas em uma espécie de tempo invertido onde as coisas acontecem de trás para frente.
O que parece é que Nolan quis jogar no seguro, procurou se utilizar de elementos de outros de seus filmes para montar “Tenet”. É um filme feito para quem já gosta desse quase gênero “filmes do Nolan”.
Vemos o espetáculo de sempre, com muitas explosões e muitas lutas. Temos também a ideia do paradoxo temporal e explicações que são simples, mas a velocidade dos diálogos, o ar de autoridade dos personagens e o uso de palavras difíceis fazem parecer mais complexos do que de fato é. Entre outras coisas que fica muito fácil de se reconhecer da filmografia do diretor.
Há que se fazer um destaque para as atuações. John David Washington está muito bem e Robert Pattinson está incrível, a dinâmica e a combinação entre os dois está incrivelmente boa. Elizabeth Debicki está muito bem também, mas o arco que sua personagem está inserido não fica tão bem desenvolvido, tudo acontece muito rápido e forçado, irônico para um filme de 2 horas e meia.
Mesmo que tente ser, “Tenet” não é inovador. Não é nem diferente das outras obras de Nolan. É, na verdade, os seus mesmos outros filmes com uma nova roupagem para parecer novo.