Domingo (24) é dia da premiação mais badalada do cinema. E pra manter as tradições da casa, comentamos os principais indicados de 2019.
Veja a lista completa dos indicados em todas as categorias aqui.
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Uma bela homenagem a uma das mais icônicas bandas da história, com uma atuação de Rami Malek como Freddie Mercury que precisa ser elogiada. Em compensação, é o que chamamos de “chapa-branca”: A história do filme é quase sem conflitos ou “perrengues”, mas que hipnotiza quem ouve porque a trilha… bem, é Queen, né?
Levar cinco indicações é um mérito, mas “Melhor Filme” talvez seja um exagero. Ainda assim, é um ótimo longa pra se ver e ouvir.
Pode chamar de ‘A Falsiane do Reino’ que elas atendem 🙂 . “A Favorita” tem o trunfo de mesmo sendo uma história de intrigas do reino e bastidores, manter o espectador atento com as atuações do trio principal.
O filme conta um tórrido triângulo amoroso entre três britânicas de mil-setecentos-e-sabe-Deus-quando: Uma rainha de saúde frágil e gênio complicado, sua porta-voz que conduz o reino com mãos de ferro, e uma escaladora social que deseja voltar à alta sociedade.
Se ganhar qualquer um dos prêmios de atriz que foi indicado, “A Favorita” merece. Emma Stone (que já tem um oscar por “La la Land”) e Rachel Weisz se intercalam numa guerra particular pela manipular uma rainha volúvel, e a interpretação de Olivia Colman como a rainha é ótima. Como filme, até que possui alguma diversão com as futilidades de um reino medieval, não fosse o fato que passa duas horas de fleuma britânica.
Uma das curiosidades deste filme é: Como um diretor de besteirol como “Débi e Lóide” e “Para Maiores” chega ao Oscar com um filme de drama e amizade? “Green Book – O Guia” conta a história de amizade (real?) entre um pianista negro e seu bronco (é bronco mesmo, não “branco”) motorista italiano, que passa de uma relação de preconceito incauto para uma amizade compreensiva.
Pra fora da discussão se a amizade entre os personagens realmente aconteceu na vida, é um filme que tenta fazer uma pegada “bom astral” em cima de um drama pesado. E o enfrenta com um sorriso. Maershala Ali está digníssimo pra levar seu segundo Oscar, com sua curiosa combinação de drama e eloqüência.
A volta de fato de Spike Lee a um grande filme. “Infiltrado na Klan” foi esnobado fortemente no Brasil (em São Paulo houveram menos de 10 salas exibindo-o), mas voltou aos cinemas após indicarem-o seis vezes ao Oscar, todas bem justas (Melhor Filme, trilha, roteiro adaptado, diretor, ator coadjuvante e melhor edição).
O filme apresenta a história real de um policial negro que se passou por um fã da Ku-Klux-Klan para desmembrar os crimes cometidos pela organização nos Estados Unidos. A história anda bem e termina com uma moral da história pesada, com severas críticas ao país atual, como se dissesse: “Isso aconteceu nos anos 60, mas não acabou”. Adam Driver (de Star Wars) manda bem como o policial branco que se passava pelo negro na KKK. Se levar a estatueta, será total merecimento.
Estréia de Bradley Cooper como diretor. A consagração de Lady Gaga como atriz. Uma história que é contada pela quarta vez e continua sendo contemporânea. “Nasce uma Estrela” pode não ser o “melhor filme”, mas é emocionante e impactante de se ver [veja a crítica aqui].
Oito indicações (incluindo melhor fotografia e melhor roteiro adaptado) podem até soar um exagero, mas são plenamente aceitáveis, e deve brigar com “Bohemian Rhapsody” nas categorias de edição e mixagem de som… MAS, se “Shallow” não levar o Oscar de melhor canção, está tudo errado. 😀
É de herói sim. É black-power sim. É cultural sim. E com orgulho e como se deve fazer. Pra além dos nossos pré-conceitos, “Pantera Negra” importa demais pelo que causou dentro e fora dos cinemas, principalmente nos Estados Unidos, onde o preconceito não foi velado, e sim explícito. Chega a ser injusto que um filme que agora é top 10 na história das bilheterias seja usado pela academia como isca pra audiência do Oscar – e só para isso.
“Pantera Negra” deve ter suas mlehores chances de prêmio em Figurino, Design e em Trilha sonora, e poderia facilmente ter sido indicado a Roteiro Adaptado. Mas para além dos prêmios, seus feitos já são muito maiores. “Infiltrado na Klan” tem mais chances de estatueta, mas “Pantera” seguramente terá seu nome marcado na história. E clássicos são feitos assim, mais na prova do tempo que no ouro em sua estante. [leia a crítica]
O maior indicado do ano marca a primeira vez que a Netflix emplaca um indicado a melhor filme. E vale pela história e pela fotografia linda, assinada pelo próprio diretor Alfonso Cuarón (de “Gravidade”). Alguns brasileiros viram semelhanças na história com “Que horas ela Volta?”, que chamou a atenção anos atrás.
Totalmente em preto e branco, o filme mostra a rotina de uma família mexicana nos anos 70, pela ótica da empregada (a recém-atriz Yalitza Aparicio, também indicada ao Oscar de Atriz). É uma história comovente e cotidiana, que não vai chamar atenção de quem gosta de cinema pipocão, mas que ganha respeito de quem curte filmes mais com cara de festival. É o preferido deste ano ao prêmio máximo da noite.
“Vice” é um filme de comédia com os temas mais americanizados possíveis: 11 de Setembro, bastidores na Casa Branca e George W. Bush. E É BOM. O diretor é Adam McKay, que fez anos antes “A Grande Aposta” com o mesmo estilo de roteiro, e manda bem demais. É uma boa aposta como melhor filme, mas é uma aposta ainda melhor pra ganhar melhor ator: Christian Bale (sim, é o ex-Batman na foto) está fantástico no papel de Dick Cheney, o vice-presidente mais influente que os EUA já teve.
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