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Desde a primeira menção de um
extraverso do
Homem-Aranha na
Sony, os questionamentos sempre foram os mesmos: POR QUÊ fazer um
“Venom”? E a
Sony Pictures, tentou, buscou, trouxe atores conhecidos pra fazer seu universo estendido do
Homem-Aranha, e entregou um filme que, bem, continua a ser discutível.
Veja o trailer aqui
No longa, conhecemos
Eddie Brock (
Tom Hardy, de
“Mad Max”) como um jornalista da web, que entre suas obsessões tem por desmascarar a controvesa
“Fundação Vida”, uma empresa do controverso
Carlton Drake (
Rhiz Ahmed, de
“Rogue One: Uma História Star Wars”). Envolvida em experimentos escusos, a fundação traz à Terra um grupo de simbiontes, um deles tomando posse de
Eddie e dando origem ao personagem
Marvel que conhecemos.
Divertido até, mas sem muito mais que isso
“Venom” é um filme de um personagem
Marvel (editora, vamos lembrar que não tem a ver com a
MCU). E é só essa a vantagem dele. Com algum humor característico da Casa, o longa-metragem traz uma adaptação das origens contadas nos quadrinhos dos anos 90, quando
Venom é mais anti-herói que vilão. O problema é que esse humor pode ser visto muitas vezes como não-proposital, porque em muitas das partes do filme temos uma sensação de estranhamento com o todo do que realmente uma piada. É o famoso
“rindo, mas de nervoso”.
É clara a tentativa e erro de fazer de
Venom um thriller, que se perde num romance que não engata com
Anne (vivida por
Michelle Williams, de
“Manchester à Beira-Mar”) e cai finalmente num
bromance de Eddie Brock com ele mesmo – ou, como queiram, com seu simbionte.
Quando o personagem aparece, ao menos, é legal de se ver. O efeito criado para deixá-lo assustador dá alguma justificativa ao filme, e traz um saudosismo do personagem.
Todo genérico
A adicionar nos problemas do filme
“Venom” é um filme vazio. Poucas coisas fazem valer o investimento de levar alguém ao cinema para assistí-lo. E isso parece ter base em algo construído sob a tutela do principal mentor dos filmes, o produtor
Avi Arad (que, há de se respeitar, foi fundamental na construção dos filmes de herói). O tema aí é uma fórmula batida: Fazer um filme que apresenta um personagem e não importa seu vilão. Isso é claríssimo e triste no filme. O Carlton Drake de
Rhiz Ahmed parece saído de uma forma quebrada: É o
gênio-cientista-milionário-do-mal-que-faz-experimentos-em-si-mesmo. E pra completar, a escolha de vilão o fez mais genérico ainda: O simbionte
Riot, que também vem do universo
Ultimate da Marvel e que, convenhamos, não é lá tão empolgante com o público mundial.
O filme inteiro tem três cenas de ação fortes, uma em cada arco: A primeira tem cortes demais, a segunda (mais interessante) termina sem terminar; A última, de herói com vilão, é extremamente escura e quase não se compreende nada, dando um anti-clímax total (e olha que nossa experiência foi em 2D, que não fica tão escuro quanto 3D).
Filme ou caça-níquel?
“Venom” tem todas essas esquisitices, e ainda assim carrega duas cenas-extras (que também já são marcas dos derivados de quadrinho): As duas pra tentar empurrar dois novos filmes
distintos. Ao que se dá pra perguntar: Se era essa a intenção, por quê já não se fez outro filme de uma vez?
“Venom” é todo galgado em fazer seu tostão no período em que se encontra. Até as escolhas de dois atores indicados ao
Oscar reforçam a teoria. Deve atrair um público, obviamente, mas é tão fora de novidades e identidade própria que não sobrevive à memória de quem sai da sala de cinema.
Strike 2
Na segunda tentativa de colocar o personagem nos cinemas (já tivemos o personagem em
“Homem-Aranha 3” (2007),
“Venom” passa batido. Não dá pra se comparar à outros desastres do gênero (sim, tem coisa muito pior), mas ainda assim é um filme decepcionante. Se não é um longa medonho, é, no mínimo, esquecível por completo. E isso pode ser até bom para o que temos.
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