44ª Mostra de São Paulo – Coronation
O ano de 2020 já está marcado na história da humanidade como o ano em que enfrentamos uma pandemia, tivemos que nos isolar dentro de casa, nos obrigando a mudar uma série de hábitos. O cinema sempre acompanha e representa em alguma medida a realidade a qual ela foi concebida, por isso vai ser bem comum ver filmes ou documentários que represente de alguma forma esse período em que estamos vivendo. O documentário “Coronation” de Ai Weiwei, presente na 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo expõe os primeiros momentos da pandemia em Wuham.
Uma das frases que mais escutamos desde que tudo isso começou é “quando a pandemia acabar…” e completamos com algo que gostaríamos de fazer. Seja algo simples como ir ao cinema assistir tal filme, fazer um passeio mais elaborado, ou o simples ato de abraçar uma pessoa. No documentário, que demonstra esses primeiros dias, já ouvimos essa frase ecoar na voz dos indivíduos aos quais estamos presenciando as conversas. Ver isso chega a nos deixar melancólicos quando paramos para pensar o quanto tempo já passou e quanto já dissemos que iriamos fazer algo “quando a pandemia acabar”.
“Coronation’ também demonstra como o governo chinês agiu em relação ao corona vírus. Demonstrando que por um lado, construiu hospitais com equipamentos e profissionais dedicados a cuidar das pessoas que estavam com o vírus, mas por outro, omitiu informações que prejudicaram o combate a doença, principalmente no que diz respeito as informações que foram repassadas aos outros países.
Em alguns momentos o debate acerca das ações governamentais se apresenta como um debate entre diferentes gerações, sendo a geração mais antiga tida como uma defensora do regime e do Partido Comunista, enquanto os mais jovens se colocam contra as ações e os ideias do partido que governa o país.
“Coronation” é um documentário feito para marcar época, feito para deixar registro na história do cinema daquilo que estamos passando hoje.