44ª Mostra de São Paulo – Mosquito
No filme “1917” de Sam Mendes vemos a trajetória de dois britânicos durante a primeira guerra mundial que tem como objetivo suspender um ataque para que o exército britânico não caia em uma armadilha. Já em “Mosquito” vemos a trajetória de um jovem que é sedento e está em busca da guerra.
Zacarias é um jovem português que têm 17 anos e está em busca de aventuras, busca essa que o motivou a se alistar no exército para lutar a Primeira Grande Guerra. Enviado ao Moçambique, quando é abandonado pelo seu pelotão por contrair malária, decide tentar ir com dois moçambicanos que foram forçados a acompanhar Zacarias na sua busca pelo seu pelotão. Quando ele assassina um dos moçambicanos e é abandonado pelo outro ele se vê sozinho tendo que enfrentar todos os horrores que uma guerra pode conter.
“Mosquito” questiona a guerra desde de o início até o fim, mostrando as contradições e crueldades que um evento como esse causa. Não só fisicamente com as mortes que ocorrem em períodos de guerra, mas também em como isso impacta psicologicamente as pessoas que participam e vivenciam os horrores proporcionados por um evento como uma guerra.
Não há no filme uma romantização da guerra, ao contrário, vemos como Zacarias sofre durante todo o filme e, no final, percebemos o quanto ele enxerga que todo aquele caminho sofrido que percorreu foi em vão e sem propósito. E esse olhar é refletido principalmente quando lembramos que Zacarias foi lutar na guerra por vontade própria em busca de novas aventuras.
“Mosquito” estará presente na 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e é um daqueles filmes de guerra que merece ser visto, principalmente pela não romantização e as críticas que faz sobre os eventos proporcionados por uma guerra.