44ª Mostra de São Paulo – O Nariz ou A Conspiração dos Dissidentes
Quando vi o título do filme “O Nariz ou A Conspiração dos Dissidentes” eu não fazia ideia do que se tratava, a única informação que eu tinha era de que se tratava de uma animação. Para minha surpresa, não foi apenas uma animação, mas também uma denúncia do regime de Stalin na extinta União Soviética.
A narrativa e o estilo escolhidos foram uma qualidades mais notáveis da animação, somos convidados a observarmos como voyeurs de um assento de um avião a uma animação que está passando para os passageiros e com isso adentramos a uma história com elementos fantásticos e que busca fazer uma crítica ao que foi o regime stalinista.
A animação mescla uma fantasia com um homem que não apenas perde o seu nariz, como passa boa parte do filme perseguindo ele, entrando em diversas situações, muitas causadas pelo fato de que ele é agora um homem sem nariz, com uma ópera onde letra relata a perda do nariz por esse homem e a situação em que o povo estava passando em algumas partes de países da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Além das letras que refletem essas situações, o longa animado também faz uma crítica à como a arte foi tratada durante o regime, com uma ópera feita por pessoas do governo e que acreditam que as artes devam ser realistas, posição essa a do próprio Stalin, que faz com que seja a posição de todos a sua volta.
“O Nariz ou A Conspiração dos Dissidentes” ainda termina com relatos e um in memoriam de muitos que foram mortos durante o regime, com depoimentos que, com certeza, comovem a todos que assistem.