“A Filha”: Um intenso retrato das desordens que causamos

“A Filha”: Um intenso retrato das desordens que causamos

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Drama de elenco forte e história intensa traz a desordem que se causa

 

Até onde as conseqüências de uma mentira podem chegar? Esta questão talvez seja o fio condutor de “A Filha” (“The Daughter”), um intenso drama produzido na Austrália que chega ao Brasil nesta semana, que já rodou pelo mundo afora e que entra no país de forma modesta, mas com potencial em tempos de discussões.

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Veja o trailer aqui

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Na história, um homem (Paul Schneider, de “A Garota Ideal”) volta para sua cidade, para o casamento de seu pai (Geoffrey Rush, de “O Discurso do Rei”). Longe de sua cidade há anos, ele se reconecta ao seu passado quando encontra seu amigo Oliver (Ewen Leslie), um operário recém-desempregado que tenta levar a vida ao lado de sua esposa (Miranda Otto, de “O Senhor dos Anéis” ) e da filha adolescente (a jovem atriz Odessa Young).

As vidas tranquilas na cidade, tanto do pai de Christian (personagem de Schneider) quanto da família de Oliver, são abaladas profundamente quando ele resolve corrigir erros do passado. Essa necessidade de revelar o passado esquecido traz uma verdade que, destrói a vida das pessoas que Christian deixou para trás, criando um conjunto de situações derradeiras que podem acabar com as vidas de Oliver, de sua família, e da nova família do pai de Christian.

“A FIlha” é uma obra inspirada livremente na peça teatral “O Pato Selvagem” (1885). Nela, o tema central é a “mentira vital”, aquela sem a qual um homem não pode viver, e como um “fanático da verdade” acaba destruindo a vida dos que o cercam.  Se pensarmos somente neste foco, o filme tem êxito no roteiro, que é simples mas não tolo, e totalmente objetivo.

O grande trunfo do filme é a intensidade. Todas as atuações são marcadas pelo tom que os atores dão e mostram – quase “na pele” – como a verdade de Christian abala o seio familiar. O elenco experiente, que também inclui Sam Neil (de “Jurassic Park”), entrega personagens que fazem o espectador se importar, e a direção do estreante Simon Stone entrega uma obra onde ficamos tão impressionados com as conseqüências dos fatos quanto com os rumos que a história toma. O filme tem um final discutível por ser abrupto, quase ejetando o espectador do arco dramático que o filme desenvolveu, mas chega ali a mensagem já foi passada: A de como uma mentira impacta em tudo mais que ela pode alcançar.

No Brasil, o filme terá sessões limitadas  (apenas 21 salas receberão). Mas para quem gosta do gênero, “A Filha” pode trazer uma discussão interessante sobre seus tópicos.

 

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