O filme “Com Amor, Simon”, dirigido por Greg Berlanti, é uma adaptação do livro “Simon vs A Agenda Homo Sapiens”, de Becky Albertalli. O longa conta a história de Simon (Nick Robinson, de “Jurassic World”), um adolescente de 16 anos que tem uma vida como a da maioria dos garotos da sua idade. Ele mora com os pais, Emily e Jack – Jeniffer Garner (“Juno”) e Josh Duhamel (“Trasformers”) – e sua irmã mais nova.
Simon é gay. Apesar de sua família ser bastante liberal, ele não se sente à vontade para assumir sua condição sexual. O jovem teme todas as transformações que essa revelação pode trazer para a sua vida, e não tem coragem de contar nem mesmo para os seus melhores amigos, Leah (Katherine Langford, de “13 Razões”), Abby (Alexandra Shipp, de “X-Men: Apocalypse”) e Nick (Jorge Lendeborg Jr – “Alita”).
Um certo dia, um aluno misterioso identificado como Blue posta no Tumblr de confissões da escola que é gay, mas ninguém sabe. Ao ver o post, Simon se surpreende e decide mandar uma mensagem anônima para Blue, contando que vive a mesma situação. A partir daí, os dois passam a se comunicar, uma relação que desperta o amor de Simon.
Tudo vai bem até que Martin (Logan Miller) vê uma conversa de Simon e Blue no computador da escola, e passa a chantagear o protagonista para não revelar seu segredo. O adolescente se vê perdido e se rende à chantagem, uma situação que vai lhe trazer grandes problemas. Além disso, ele ainda tem um mistério para resolver. Afinal, quem é Blue?
É impressionante como a homossexualidade ainda é um tabu na sociedade. Essa realidade faz com que jovens (e até mesmo adultos) vivam muitas angústias e, muitas vezes, não consigam ser quem eles são de verdade. O filme aborda essa questão de uma forma leve, mesclando com alguns momentos de maior reflexão.
Simon tem a consciência de que vai ter o apoio da família e dos amigos, mas mesmo assim ele sabe que o fato de se assumir vai fazer com que a sociedade olhe para ele de outra forma. O filme tem uma cena bem divertida em que ele imagina como será a sua vida após a revelação, com várias bandeiras coloridas, dançarinos sem camisa, roupas extravagantes, e todos os estereótipos do mundo gay que ele conhece.
Em relação à adaptação do livro, o diretor (que também é roteirista de séries como “Flash” e “Supergirl”), conseguiu criar uma boa sequência de acontecimentos, nos apresentando Simon, sua vida e como ele tem o primeiro contato com Blue. Essa escolha foi bem acertada, já que na obra a história começa quando Martin passa a chantageá-lo – uma ordem que talvez não ficaria interessante no roteiro do filme.
A atuação do elenco no geral é boa, com exceção de Josh Duhamel (pai de Simon), que não conseguiu transmitir toda a emoção necessária em um momento importante da história. O protagonista, Nick Robinson, tem uma boa interpretação e suas expressões conseguem passar todos os conflitos e sentimentos do personagem.
Algo que causa um pouco de estranheza é que, no livro, Simon tem 16 anos, e Nick aparenta bastante a sua idade real (22). É comum que adultos interpretem adolescentes, mas nesse caso ficou muito visível a diferença de idade.
Sem dúvida, o grande destaque do filme é a procura de Simon por Blue. A verdadeira identidade do adolescente é revelada apenas nos últimos minutos, fazendo com que a expectativa seja mantida durante todo o tempo. Essa procura causa momentos muito divertidos, em que Simon desconfia de alguns garotos e se perde na sua imaginação.
“Com Amor, Simon” é um filme divertido e importante, já que trata de um assunto que ainda é tabu para muitos e, ao mesmo tempo, traz leveza. A maior reflexão que ele deixa é que a vida pode ser muito melhor a partir do momento que passamos a aceitar quem somos.
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