Indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional no ano de 2020, o polonês discute temas importantíssimos na nossa sociedade: fé, culpa, viver em sociedade e ressocialização de pessoas que saíram de reformatórios.
Até onde estamos dispostos a perdoar? Como conseguimos superar a perda de um ente querido que se foi prematuramente em um acidente e como não culpar os envolvidos nesse acidente? Corpus Christi é um filme polonês baseado em acontecimentos reais e que pretende discutir isso e muito mais.
Terminando de cumprir sua pena no reformatório, Daniel (Bartosz Bielenia) vai para uma pequena cidade trabalhar como carpinteiro, com o sonho de seguir na vida espiritual, não consegue ser padre por conta da sua ficha criminal e o fato de que nenhum seminário o aceitaria por isso. Quando chega ali, Daniel brinca com uma garota (Aleksandra Konieczna) que estava em uma igreja de que ele é um padre e ao ver que ela acreditou e o apresenta para os responsáveis pela igreja ele se vê obrigado a sustentar essa mentira até o fim.
Muitos dos filmes que se propõem a discutir diversos assuntos acabam não discutindo nada e deixando a história muito superficial. Isso não acontece em Corpus Christi, tudo que é proposto é cumprido. A começar pelas discussões sobre reintegração na sociedade após período em um reformatório, o filme te leva a fazer vários questionamentos sobre até que ponto os reformatórios, prisões, e outros meios de detenção servem para fazer com que as pessoas voltem a viver em sociedade, ou, se esses meios só existem como forma punitiva por transgressões às regras de convivência em sociedade. Nesse mesmo sentido há discussões sobre até que ponto a sociedade consegue aceitar e respeitar a socialização dessas pessoas, ou se ela vai ser uma extensão da punição pelos erros cometidos.
Por outro lado, o filme também discute sobre hipocrisias. Do que adianta uma pessoa ou um grupo de pessoas se dizerem e se mostrarem devotas a uma religião e ao mesmo tempo agir com maldade e com intuito de machucar outras pessoas? A viver na fé só na aparência e o perdão são questões que são muito bem discutidas no filme a partir do desenvolvimento dos personagens centrais da história.
“Corpus Christi” não ganharia o Oscar disputando contra Parasita, mas com certeza é um filme que merece o reconhecimento por ser uma ótima obra, coesa do início ao fim, uma boa direção e uma história que trabalha muito bem os assuntos que se propõe a tratar.
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