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Liga da Justiça de Zack Snyder: Completa, mas…

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Eu não sei muito bem o que esperava do famigerado “Liga da Justiça de Zack Snyder”. Muitas foram as campanhas que fizeram com que esse filme realmente viesse a existir. Inclusive, Snyder chegou a agradecer especialmente aos fãs brasileiros pelo apoio e pressão que fizeram para que esse filme ganhasse vida. 

Para aqueles que não se lembram, Snyder teve que se afastar na reta final do filme da “Liga da Justiça” (2017) por conta de um acontecimento trágico envolvendo a sua família. O longa foi assumido por Josh Whedon que fez os cortes e finalizou o filme. O resultado disso todos nós já sabemos, foi aquele filme bem controverso lançado em 2017. 

Duração ampliada,, coesão reforçada

Enfim, temos o tão aguardado corte do diretor Zack Snyder, que nas redes sociais ficou conhecido como o “Snydercut”. O filme tem cerca de 4 horas de duração e basicamente, é a mesma história que vimos em 2017, só que bem mais elaborada. 

Dividido em partes, o novo corte de Snyder é muito mais coeso do que o filme anterior. A história faz mais sentido, as motivações dos personagens são mais explicadas, e principalmente, temos uma construção do vilão de uma forma mais contundente, o que era para mim um dos grandes defeitos do longa de 2017. 

As 4 horas são realmente utilizadas. Para a magnitude que o filme estava se propondo a fazer, era realmente necessário. Observamos, por exemplo, que os cortes realizados no filme anterior tiraram boa parte da introdução de cada personagem que faz parte da Liga, o que acabou comprometendo a forma que entendíamos as razões pelas quais eles lutaram e agiam. 

Ajustes feitos, mas…

Ainda é um filme do Snyder. Observamos os mesmos erros e vícios de narrativa e estética que o diretor sempre foi criticado. Há, é claro, um excesso de cenas em câmera lenta, temos também o filtro escurecido muito comum aos filmes do diretor. As cenas são, em sua maioria, em ambientes e em horários noturnos. No entanto, esse é um dos grandes pontos positivos do filme, vemos aqui uma parte da conclusão da visão de Zack Snyder dos personagens da DC

A primeira vez que vi “O Homem de Aço” (2013) também me senti incomodado com a forma em que o Superman foi concebido e sua personalidade construída. Não conseguia ver nele a esperança que ele emana nos quadrinhos. Simplesmente não era o Superman que eu conhecia. 

Quando assisti “Batman V. Superman” (2016) comecei a entender que os dois filmes faziam parte do mesmo quebra-cabeça da personalidade e da figura esperançosa que o Superman viria a ser. Reconheci um pouco daquele personagem que eu conhecia e gostaria de ver nas telas do cinema. 

Finalmente conseguimos ver a conclusão dessa controvérsia “saga da esperança” ao qual Snyder estava montando desde o primeiro filme que ele idealizou lá atrás, e isso, por si só, já é satisfatório. 

Uma certa melancolia

Ainda assim, “Liga da Justiça de Zack Snyder” nos deixa com uma certa tristeza. Quando chega ao fim do filme e vemos o caminho que ele estava pretendendo trilhar, caminho esse que provavelmente não veremos, deixa aquele sentimento ambíguo em nós. Por um lado, felizes pela conclusão desse filme que muita gente estava aguardando, do outro lado, a tristeza de saber que talvez nunca vamos ver os eventos que culminaram naquele mundo apocalíptico que só tivemos alguns vislumbres. 

Também fica a curiosidade de saber como Snyder pensava os outros personagens da Liga da Justiça que foram introduzidos nesse filme. Enfim, mesmo com todas essas questões, esse filme ainda é uma conclusão.  Incompleta, mas é um final.  

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Euller Felix

Cientista Social. Criador e editor do site e podcast Necronomiconversa.

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