Não é segredo pra ninguém que os filmes de super-heróis viraram um verdadeiro fenômeno na última década. Era quase que óbvio que em algum momento o cinema nacional iria se aventurar por esse gênero. E podemos garantir que o resultado foi surpreendente.
Dirigido por Gustavo Bonafé e Fabio Mendonça (“Chocante” e “A Noite da Virada”, respectivamente), “O Doutrinador” adapta para os cinemas o personagem criado por Luciano Cunha em 2008. Na história, um ex-agente federal (Kiko Pissolato) encara uma tragédia em sua vida que o leva a eleger a corrupção brasileira como sua maior inimiga, começando a se vingar da elite política brasileira em pleno período de eleições.
Fugindo dos clichês dos filmes nacionais e com um orçamento generoso (cerca de R$ 8 milhões), o longa é extremamente empolgante, com grandes cenas de ação que não deixam nada a desejar às grande produções hollywoodianas. A edição frenética ao som de muito rock n’ roll e a belíssima fotografia, que deixou a cidade com ares de Gotham City, combinou perfeitamente com o clima pesado e violento da historia. As lutas foram muito coreografadas, trazendo ainda mais veracidade para o que era apresentado. E sim, tem muita violência! Em sua caçada pelos políticos corruptos, O Doutrinador não economiza no sangue, com algumas cenas beirando o gore.
O roteiro foi bem elaborado, deixando a historia com fácil entendimento e bem amarrada. O único ponto negativo é que em alguns momentos, principalmente nas partes de investigação, a sensação é de que o freio de mão foi puxado, saindo de uma sequencia alucinante para uma parada repentina de ritmo, mas nada disso chega a atrapalhar o bom desempenho do longa.
Kiko Pissolato entregou um ótimo trabalho, sendo nítida a dedicação do ator para se preparar para o personagem, nos momentos mais trágicos conseguiu passar sua dor e sofrimento, fazendo com que fosse fácil o entendimento das suas motivações para por em prática a sua vingança. O elenco de apoio também não deixa nada a desejar, com destaques para Tainá de Lima, que vive Nina, a hacker que ajuda o Doutrinador; Carlos Betão, que é um dos corruptos que se torna alvo do anti-herói e Marília Gabriela, Ministra do STF que aceita propina para arquivar processos.
Em uma época que estamos cercados pela corrupção e com cada vez mais desejo de fazer justiça, O Doutrinador chegou no momento exato, com a mensagem de sempre lutarmos pelo o que é certo. E nos deixa com a esperança de que esse seja apenas o primeiro de muitos filmes nacionais de super-heróis, pois ficou mais do que comprovado que o cinema brasileiro sabe fazer – e muito bem – filmes desse gênero.
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