Resenha: As Seguidoras
Série com Maria Bopp tem suspense com um toque de Humor
A série As Seguidoras, produzida pelo Porta dos Fundos para o Paramount+, mistura elementos de suspense e humor ácido para mostrar o efeito das redes sociais no psicológico das pessoas.
A obra estreia dia 6 de março e acompanha a história de Liv (Maria Bopp), uma influenciadora digital que leva sua obsessão por ganhar seguidores às últimas consequências e se transforma em uma assassina sem escrúpulos. Porém, ela não esperava ser seguida pela podcaster de true-crimes Antônia (Gabz) que pode desmascará-la. Além disso, a Liv precisa lidar com a rival Ananda (Raissa Chaddad), que também é uma influenciadora digital com quatro vezes mais seguidores, do que a protagonista.
O Cinema em Série recebeu o primeiro episódio da produção com exclusividade e participou da coletiva de imprensa com a protagonista Maria Bopp e a criadora Manuela Cantuária. As Seguidoras está sendo divulgada desde a CCXP Worlds 21, onde o trailer oficial foi divulgado.
O primeiro episódio foca bastante na positividade tóxica e no medo da cultura do cancelamento, a Liv deixa claro isso desde o começo com uma frase chocante que nos deixa com um riso nervoso. “É mais fácil matar, esquartejar, transportar, embalsamar, ocultar um cadáver do que passar pelo tribunal da internet”.
Esse humor agressivo que nos deixa atônitos, foi bem abordado e lembrou muito o filme “A Felicidade é de Matar” (produzida por Jack Black), que possui um suspense com várias reviravoltas e críticas pontuais de forma engraçada. Com uma diferença bem interessante, as referências brasileiras. Em As Seguidoras, conseguimos perceber alguns comportamentos puramente brasileiros, principalmente com a personagem Antônia.
Outra observação, é a protagonista ser interpretada pela Maria Bopp, que ficou muito conhecida nas redes sociais pela sua personagem “Blogueirinha do Fim do Mundo”, que também faz uma crítica para as influencers digitais que possuem um discurso de positividade tóxica com muitos preconceitos. Assim, quando olhamos para a personagem conseguimos visualizar perfeitamente alguns “blogueiros” e “blogueiras” da vida real.
A série foi anunciada como a primeira série de ficção original do Paramount+ no Brasil, assim possibilitando uma nova visibilidade do país nessa plataforma. Ao longo da coletiva de imprensa, a Maria Bopp explicou como foi a preparação para a personagem, a atriz disse que estudou o comportamento tanto de influencers digitais e serial killers. Para ela, ambos possuem a intenção de chamar atenção tanto para eles quanto para o que fazem. “Às vezes é cômico de tão trágico. As pessoas levam até a última consequência a vontade de ter destaque, levantam polêmicas como ser nazista, racista”, diz a atriz.
A criadora da obra, Manuela Cantuária, tomou como guia a série Killing Eve (Phoebe Waller-Bridge), que além de ter muito suspense na sua trama, também tem duas personagens femininas muito fortes. “Agora a gente tem anti-heroínas ganhando espaço no entretenimento, o que não existia antes”
A intenção de Cantuária é colocar personagens femininas em papéis que geralmente foram destinados a homens. Se tornando um bom desafio já que ela teve que entender quais seriam as ações de uma mulher nessas situações. “Foi um exercício entender como uma mulher se comportaria nesse contexto da investigação e da violência.”
A direção de fotografia lembra em vários momentos as produções do Porta dos Fundos, quase como uma marca registrada. Isso, aliado com a montagem, auxilia muito na trama desde a primeira cena com a máscara de pele de beterraba que está mais para sangue de algum enxerido.